O gerente de um pequeno bar na rua Pamplona, Emanuel Pontes, estava animado com o movimento deste domingo. Por causa da realização da Parada Gay na avenida Paulista, esperava aumentar em mais de 100% seu faturamento. "Em um domingo normal, ganho R$ 1.200. Hoje espero chegar a pelo menos R$ 3.000", afirmou.

Pontes implantou em seu estabelecimento um sistema de cobrança para utilizar o banheiro pelo valor de R$ 2. "Em outros anos, tivemos muita sujeira. Para controlar o pessoal, decidimos cobrar esse valor", justifica a cobrança. Ele garante que nunca teve nenhum outro tipo de problema durante a Parada, fora a sujeira.

O gerente diz que a melhora no movimento é perceptível ao longo de toda a semana. "Você começa a ver clientes diferentes dos habituais". Apesar de animado com o alta no faturamento, Pontes diz que vai fechar o bar às 16h. "Quero ir pra casa. Preciso descansar também, né!?", completa.

A reportagem da Folha pesquisou diversos comércios na região da Paulista e verificou que a taxa cobrada para o uso dos banheiros varia entre R$ 2 e R$ 3.

Existem há disposição do público 900 banheiros químicos espalhados durante todo o percurso, sendo que 70 deles adaptados para deficientes físicos. O ponto de maior concentração é em frente ao parque Trianon. No entanto, os banheiros estão muito sujos e o forte odor de urina pode ser sentido à distância.

Sem dinheiro ou apertadas, muitas pessoas acabam urinando nas ruas. Algumas, improvisam e fazem xixi agachadas atrás de sombrinhas que abrem no meio da multidão.

 

  Nelson Antoine/AP