O Reino Unido doará 19 milhões de libras (cerca de R$ 51 milhões) em ajuda humanitária para os refugiados de Gaza, anunciou o ministro de Cooperação Internacional britânico, Andrew Mitchell.
Esse dinheiro será investido principalmente na compra de medicamentos e nos setores de educação e outros serviços por meio da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), da qual dependem 70% dos refugiados para atender as suas necessidades básicas.
O anúncio ocorre em meio ao clima de incerteza diante das recentes abordagens do Exército israelense a navios que tentavam levar ajuda humanitária a Gaza.
Na segunda-feira, o ataque a um comboio humanitário em águas internacionais por comandos de elite israelenses matou nove pessoas e ontem, o Exército desse país abordou outra embarcação, porém de forma pacífica.
George Mitchell, enviado dos EUA à região para mediar conversações de paz, reiterou os chamados feitos pelo governo do Reino Unido às autoridades de Israel para que permitam a chegada de ajuda e classificou a situação humanitária de Gaza de "inaceitável e insustentável".
Prisão ao ar livre
O correspondente da Folha em Jerusalém, Marcelo Ninio, foi à faixa de Gaza e reporta que há alimentos, mas a economia do território está arruinada. Após três anos, o bloqueio deixou quase metade da população desempregada e tornou inacessíveis para a maioria dos 1,6 milhão de palestinos os produtos que enchem as prateleiras.
Apesar de tentarem viver uma vida normal, os palestinos em Gaza relatam que a situação é de cárcere. A falta de liberdade para deixar o pequeno território por terra, mar ou ar justifica a fama de Gaza de "a maior prisão do mundo", dizem moradores.
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