O presidente Evo Morales ameaçou neste sábado expulsar da Bolívia a Usaid (Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional), tal como fez em 2008 com o embaixador dos Estados Unidos e com a DEA (agência americana antidrogas), porque, segundo ele, as duas entidades trabalham contra seu governo.

"A Usaid paga algumas ONGs e fundações e estas se infiltram em organizações sociais do país, às vezes inclusive dando dinheiro a líderes" sindicais, afirmou o presidente, durante encontro de cocaleiros na região de Chapare (centro da Bolívia).

Segundo Morales, que dirige um governo apoiado pela esquerda, por grupos indígenas e cocaleiros, esse processo de infiltração mediante a utilização de líderes sociais pretende gerar conflitos para sua administração.

Ele advertiu que "se a Usaid continuar trabalhando assim, não vou hesitar em expulsá-la", depois de lembrar que "(já) expulsamos o embaixador americano e a DEA".

O presidente também criticou o presidente Barack Obama por designar Mark Feierstein como novo administrador adjunto para América Latina e Caribe da USAID, porque disse que este esteve ligado à consultoria política Greenberg Quinlan Rosner, que assessorou o ex-presidente liberal Gonzalo Sánchez de Lozada (2002-2003).

A nomeação de Feierstein ainda precisa ser ratificada no Senado americano.