O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, enfrenta um novo escândalo em sua vida pessoal, desta vez envolvendo relatos da imprensa local de que sua segunda mulher estaria grávida após ter tido um caso com seu guarda-costas. O jornal "Star" disse no sábado que a Agência Nacional de Inteligência foi convocada a investigar informações que vieram à tona esta semana de que Nompumelelo Ntuli Zuma teria tido relações com Phinda Thomo, um membro de seu corpo de segurança.

Thomo se matou depois que a gravidez se tornou óbvia, informou a mídia local. O gabinete afirmou na sexta-feira que os relatos violavam sua privacidade e eram parte de uma campanha coordenada para manchar sua imagem.

As informações, levantadas pela primeira vez no meio da semana pelo jornal "Ilanga", editado no idioma Zulu, são baseadas em carta anônima escrita por "familiares preocupados" e vazada a vários órgãos de imprensa.

"Os relatos parecem ser parte de uma maliciosa campanha em curso para arruinar o direito do presidente e de sua família a privacidade e dignidade", afirmou a Presidência em comunicado. "O presidente Zuma permanece envolvido em matérias de Estado e não será desviado de suas obrigações", afirmou.

Zuma, cuja animada vida privada tem muitas vezes ofuscado seu status de líder da maior economia da África, deve retornar este sábado de visita de Estado à Índia, onde estava acompanhado de Ntuli Zuma.

Qualquer que seja a verdade, o último escândalo a emanar da complexa situação marital do presidente de 68 anos tende a causar constrangimento na África do Sul enquanto o país se prepara para sediar a Copa do Mundo, que começa no dia 11 de junho.

Em fevereiro, Zuma confirmou ter tido um filho ilegítimo com a filha de Irvin Khoza, um amigo próximo e chefe do comitê local de organização do Mundial.
Casamentos múltiplos fazem parte da cultura Zulu e são permitidos na África do Sul. Zuma, um tradicionalista Zulu, já foi casado cinco vezes, mas atualmente tem apenas três mulheres. Ele tem 20 filhos.

Expulsão

A traição com o guarda-costas teria sido o motivo que levou Zuma a expulsar a mulher de casa no Natal passado, informou nesta sexta-feira a imprensa local.

Segundo o jornal "The Star", Nompumelelo Ntuli também não é admitida na casa do presidente Zuma em sua localidade de nascimento, na província de Kuazulu Natal, pois, com a infidelidade, "ofendeu" seus ancestrais e a família Zuma.

No entanto, Ntuli acompanha o presidente em uma viagem oficial à Índia, de onde retornarão neste sábado.

A mulher infiel participou do funeral de Phinda Thomo, o guarda-costas com quem supostamente traiu Zuma, no populoso bairro de Soweto, no sudoeste de Johanesburgo.

A família do presidente, por meio de seu sobrinho, Khula Zuma, acusou os inimigos políticos do líder e a imprensa de violar a intimidade do presidente, de Ntuli e de toda a família. O presidente, que tem 20 filhos reconhecidos, foi casado cinco vezes. Atualmente tem três esposas e uma namorada, com quem planeja se casar.

Ele defende a poligamia como um costume e tradição dos chefes do povo zulu, ao qual pertence, e, paradoxalmente, afirma que defende a igualdade de direitos entre os sexos.

As relações sexuais fora do casamento de Zuma, que inclusive foi julgado por violação, mas foi absolvido em 2006, reveladas e admitidas em diversas ocasiões, causaram críticas públicas devido ao mau exemplo para um país no qual a incidência do HIV chega a 19% da população adulta.