Deputado Sebastião Rezende conta com o apoio de um dos segmentos mais fortes no Estado, já que os evangélicos da Assembleia de Deus somam quase 200 mil e têm força para elegê-lo para 3º mandato
Empurrado pela Assembleia de Deus, Rezende tem a reeleição garantida
O engenheiro civil Sebastião Rezende, que tem sua atuação parlamentar voltada a atender o público evangélico, está com sua reeleição praticamente consolidada. Rezende atua como porta-voz da Assembleia de Deus, que reúne no Estado quase 200 mil membros. Sua relação é tão próxima com a cúpula da igreja que possui até um gabinete dentro do Grande Templo.
Em 2002, Rezendo se elegeu para seu primeiro mandato, pelo PTB, com 17.610 votos. Quatro anos depois, em 2006, pelo PPS, ele obteve 35.521, mais do que o dobro que na primeira eleição. Agora, já pelo PR, a previsão é que chegue aos 40 mil votos.
Dos 24 deputados estaduais que compõem a Assembleia, apenas 4 não devem ir à reeleição: Antônio Brito (PMDB), da Universal do Reino de Deus e que se efetivou na cadeira de parlamentar no lugar de Zé do Pátio, hoje prefeito de Rondonópolis, por entender que não tem chances, Percival Muniz (PPS), que sonha com uma candidatura de vice de Mauro Mendes no pleito deste ano, Otaviano Pivetta (PDT), que se mostra desiludido com a vida pública, e Ságuas Moraes, que vai tentar uma cadeira na Câmara Federal.
Já os que querem a reeleição, mas que abandonaram suas bases ou segmentos os quais juraram representá-los, começam, estrategicamente, a investir no trabalho de reaproximação. O quociente eleitoral deve exigir o mínimo de 64 mil votos por vaga do candidato ou coligação. Alguns parlamentares tentam se organizar nas suas regras, mas não possuem base sólida como é o caso de Sebastião Rezende, que surge com grande chance de êxito na reeleição, empurrado pelos evangélicos.
Cada deputado ganha quase R$ 15 mil mensais e mais R$ 15 mil de verba indenizatória e com direito a outras regalias e privilégios, como veículo Corolla à disposição, mais de 20 assessores e controle de verba de gabinete.
Em fevereiro deste ano, cerca de 600 pastores e dirigentes dos municípios mato-grossenses estiveram no Grande Templo na abertura da tradicional União de Mocidade da Assembleia de Deus, que reúne aproximadamente 14 mil jovens todos os anos. A cúpula entendeu que o momento seria propício para incluir discussões políticas e estratégias de fortalecimento para as eleições. Os pastores tinham a intenção de impressionar e convencer líderes do Palácio Paiaguás pelos números. Devido ao grande número de fiéis no Estado, a Assembleia de Deus teria "cacife" para lançar e levar a uma boa votação vários candidatos para cargos diferentes. Com base eleitoral em Rondonópolis, Rezende está no segundo mandato e, com respaldo da Igreja, buscará o terceiro.
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