"Vamos desobedecer", disse o secretário de organização do PT-MA, Bira do Pindaré, pré-candidato ao Senado. "Jamais vamos nos unir ao grupo [do senador José] Sarney [PMDB-AP]", disse.
As coligações do PT no Maranhão serão discutidas na reunião do diretório nacional do partido, marcada para a próxima sexta-feira (11), em Brasília. A governadora Roseana Sarney, pré-candidata à reeleição e aliada do presidente Lula, pressiona o PT nacional para ter o apoio do partido no Estado.
A decisão de levar a discussão sobre as alianças estaduais para o diretório nacional pode ser vista como uma intervenção no Estado.
No encontro estadual do PT-MA, realizado em março, foi aprovada, por 87 a 85 votos, a aliança com o PC do B, cujo pré-candidato ao governo é o deputado federal Flávio Dino. A proposta de coligação com o PMDB foi derrotada.
Para Bira do Pindaré, o resultado do encontro foi legítimo e não houve irregularidades no processo. Os 175 delegados que votaram foram eleitos no PED (processo de eleição interna do partido) em novembro do ano passado.
O ex-deputado Washington Luiz (PT), favorável à aliança com o PMDB, disse que o fato de o partido estar dividido abriu a possibilidade de levar a discussão para o diretório nacional.
"A decisão do encontro, como qualquer decisão partidária, pode ser modificada. Não é uma lei eterna", disse Washington.
Segundo o ex-deputado, após do encontro de março, o PT-MA já tomou decisões no sentido de se aproximar do PMDB: indicou nomes para ocupar secretarias estaduais e apresentou um manifesto assinado pela maioria dos delegados defendendo a aliança com o PMDB. O documento, cujos signatários não foram divulgados, foi o pivô de uma acusação de compra de delegados pelo grupo ligado ao PMDB. A ala peemedebista nega a acusação.
O caso está sendo investigado pela direção do partido.
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