De acordo com Kleverson Schmidt, 19, o crime aconteceu após uma briga entre ele e o escritor por uma dívida de R$ 130, na noite de domingo (30).
Preso ontem de madrugada em Fazenda Rio Grande (Grande Curitiba), Schmidt afirmou que atingiu Bueno após ele tentar agredi-lo.
Em entrevista, o rapaz disse que houve discussão devido ao bloqueio de um cheque de R$ 130 emitido por Bueno para pagar um programa sexual (R$ 70) e o desmanche de uma casa de madeira da família da vítima (R$ 60).
Schmidt diz que conheceu o escritor na última sexta numa sauna de Curitiba onde faz programas sexuais esporádicos. No mesmo dia, afirma, o programa ocorreu.
Depois que Schmidt já tinha usado o cheque para comprar um botijão de gás, Bueno ligou para avisar que havia sustado o documento. "Aí fui até a casa dele para cobrar o dinheiro."
Briga
O rapaz disse que pegou uma faca e a escondeu sob a manga. "Não queria matar ninguém, só assustar, mas ele me agrediu", afirmou.
"Eu me desviei de um soco, ele tentou pegar no meu pescoço. Foi quando dei a facada", declarou Schmidt. A polícia o localizou com a ajuda de testemunhas.
Schmidt foi reconhecido após pegar um táxi. Ele chamou o taxista usando um dos dois celulares que roubou do escritor, com uma câmera fotográfica. "Vendi tudo por R$ 100 para recuperar o dinheiro do cheque [sustado]."
O rapaz foi autuado em flagrante, suspeito de latrocínio (roubo seguido de morte).
O psicanalista e químico Luiz Carlos Pinto Bueno, 53, primo do escritor, afirmou que a família não acredita em Schmidt. Para ele, o primo "não reagiria da maneira como o garoto está dizendo".
Ele disse que o parente foi ferido por trás, o que contradiz a afirmação de Schmidt de que reagiu com a faca depois de ter sido atacado.
Wilson Bueno é autor de "Mar Paraguayo" e "A Copista de Kafka". Ele também assinava resenhas no jornal "O Estado de S. Paulo".
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