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Saúde
Sexta - 04 de Junho de 2010 às 09:44

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Quando se envelhece, o que acontece com o rosto?

“A pele vai ficando sem elasticidade, ressecada”, diz uma mulher.

“As rugas, as linhas de expressão vão aparecendo”, completa outra.

Para compensar a perda de volume, a medicina tem truques: preenchimento de gordura, que em grande parte dos casos é absorvida, ou de ácido hialurônico, que dura em torno de seis meses. Como tornar então o rosto mais jovem por mais tempo? Com células-tronco contidas na gordura, em uma concentração cinco vezes maior que na medula óssea.

Médicos pesquisadores brasileiros conseguiram desenvolver um método de separar, em apenas 20 minutos, usando uma centrífuga própria, células-tronco contidas em 50 mililitros de gordura. O trabalho foi publicado em uma das mais respeitadas revistas científicas internacionais da cirurgia plástica e confirmado em laboratório.

Agora os cirurgiões plásticos vão começar os testes em pacientes. Já a partir do segundo semestre, 20 mulheres com idades entre 45 e 55 anos e com queixas de envelhecimento facial, terão células-tronco próprias misturadas a gordura e injetadas debaixo da pele do rosto. A expectativa dos médicos é de um resultado duradouro, natural e sem rejeição.

“A perspectiva é muito boa porque não só essa célula-tronco pode se diferenciar em mais gordura para aquele local como ela pode se diferenciar em vasos sanguíneos que vão nutrir aquele enxerto de gordura e vão garantir que aquele enxerto fique naquele local e não seja absorvido”, explica a coordenadora do estudo no Instituto Ivo Pitanguy Natale Gontijo Amorim.

A médica vai mais longe. Acredita que em um prazo de cinco anos as células-tronco da gordura serão usadas, além da estética, em cirurgias reparadoras, na reconstituição de músculos, ossos, pele.

Ela lembra o caso da francesa que teve o primeiro transplante parcial de face do mundo, em 2005.

“Você poderia simplesmente produzir um novo músculo a partir da célula-tronco dela, para o rosto dela, nova pele, ossos, e poderia restituir o próprio tecido dela. Sem perigo de rejeição, sem tomar corticóide, sem problemas a longo prazo. É uma revolução na cirurgia plástica e acredito que é uma revolução na medicina”, conclui a coordenadora do estudo no Instituto Ivo Pitanguy Natale Gontijo Amorim.

A pesquisadora esclarece que a nova técnica usa células-tronco adultas e da própria pessoa. Por isso não está sujeita às discussões éticas e religiosas sobre o uso de células de embriões.






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