Adriano chegou à delegacia por volta das 16h30 acompanhado do seu advogado, Adilson Fernandes. Em seguida, eles entraram por uma porta lateral da delegacia sem dar entrevista. Na chegada, o atacante foi cercado por jornalistas e torcedores. Ele apenas cumprimentou os fãs.
Adriano prestou depoimento como testemunha no inquérito que apura uma possível ligação do jogador com traficantes. De acordo com o delegado, em depoimento, Adriano afirmou que o dinheiro foi para uma festa de criança que ele e a mãe dele estavam ajudando a promover na Vila Cruzeiro, no subúrbio da cidade. Ele disse que a quantia serviu, ainda, para a compra de cestas básicas.
“Ele (Adriano) cumpriu com a obrigação dele que seria de atender à intimação. As declarações dele foram satisfatórias para a polícia, por isso ele foi liberado. Ele negou envolvimento com o tráfico e disse que usou o dinheiro para arrumar a festa e comprar cestas básicas”, disse Luiz Alberto Andrade.
Na quarta-feira (2), Adriano foi ouvido por quase duas horas no Ministério Público. No inquérito, Adriano é testemunha numa investigação que apura crimes de tráfico de drogas, associação para fins de tráfico e posse ilegal de arma de fogo praticados por integrantes de uma organização criminosa, que controla o tráfico nas comunidades de Furquim Mendes e Dique, em Jardim América, no subúrbio da cidade.
O MP afirmou, também em nota divulgada à imprensa, que “considera gravíssimos os fatos que põem o jogador como suspeito e que há fortes indícios de que ele tenha repassado dinheiro ao traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB”, líder de uma facção criminosa. Após o depoimento, o jogador não quis falar com a imprensa.
FB é apontado pela polícia como o homem que ordenou o ataque ao helicóptero da PM em outubro de 2009. Três policiais morreram na queda do helicóptero.
Quebra de sigilos telefônicos e bancário
No texto, o Ministério Público diz ainda que quer a quebra dos sigilos telefônico e bancário do atacante, como já havia sido pedido à Justiça pela 38ª DP (Brás de Pina). O MP deu um prazo máximo de 60 dias para a polícia concluir as investigações e apresentar o relatório final.
Ainda de acordo com o órgão, o promotor Alexandre Themístocles pediu que a Justiça não prorrogue as autorizações para interceptações telefônicas por acreditar que o recurso não seja mais necessário às investigações e porque fatos sigilosos estariam sendo divulgados para a imprensa.
Depoimento ao MP
Segundo o órgão, no depoimento, Adriano foi questionado sobre seu nível de relacionamento com o traficante, incluindo contatos telefônicos e remessas de dinheiro ou bens a FB, e, ainda, se já colaborou, direta ou indiretamente, com a facção criminosa.
O promotor também perguntou ao jogador que motivos o levaram a posar para fotografias fazendo gestos que representam as iniciais de uma organização criminosa; se vinha sendo vítima de extorsão; se possuía armas de fogo e por que não compareceu à 38ª DP para prestar esclarecimentos.
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