Polícia Civil relaciona invasores do apartamento do magistrado aposentado, usando roupa da PF, com quadrilha de roubo de carretas em MT
Advogado tramou roubo a desembargador Ernani
Um advogado, cujo nome não foi divulgado, e mais quatro pessoas foram presos pela Polícia Civil acusados de participar do assalto ao apartamento do desembargador aposentado Ernani Vieira de Souza, no bairro Santa Rosa, ocorrido anteontem de madrugada. No assalto, quatro homens armados com pistola e uma metralhadora usando camisetas similares da Polícia Federal, renderam o desembargador e suas netas e roubaram R$ 20 mil em dinheiro, jóias avaliadas em cerca de R$ 40 mil e quatro notebooks. Os bandidos entraram no imóvel com a informação de que lá havia grande quantia em dinheiro.
Além do advogado, apontado como mentor do roubo, policiais da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DERRFVA) prenderam dois homens que invadiram o apartamento do desembargador, o responsável pela confecção das camisetas e um quinto homem, que preparou a falsa carteira de agentes da PF. Os nomes não foram fornecidos.
Segundo o delegado Silas Caldeiras, responsável pelas investigações, a quadrilha é diversificada, pois age no roubo de carretas levadas para a Bolívia e trocadas por entorpecentes. “As investigações apontam que ele (advogado) participou apenas do assalto ao apartamento do desembargador”, esclareceu o delegado.
A desarticulação do bando começou com a prisão dos dois envolvidos no roubo - que foram reconhecidos pelas vítimas. Eles foram localizados no bairro 1º de Março, em Cuiabá. Com eles, os policiais apreenderam dois notebooks roubados durante o assalto e um CPU (memória do computador) para saber se é o mesmo levado da portaria do edifício onde ocorreu o assalto.
As armas usadas na ação criminosa - uma metralhadora e duas pistolas - e o automóvel não foram localizadas. Existe a suspeita de que tenham sido alugadas para a prática do assalto.
Conforme as investigações, os bandidos receberam a informação de que havia mais dinheiro no apartamento, mas, depois de vasculhar os cômodos, fugiram levando R$ 20 mil em dinheiro que estavam com as netas do desembargador. “Os bandidos acreditavam que iriam roubar muito dinheiro, que não havia no local”, explicou um policial.
Os policiais não descartam a hipótese de o bando estar envolvido em outros assaltos semelhantes, ocorridos após o dia 18 de maio, quando a PF desencadeou a Operação Asafe, que cumpriu dezenas de mandados de busca e apreensão contra juízes e advogados, além de desembargadores. “Estamos tentando localizar os boletins de ocorrências desses assaltos. Com a divulgação da desarticulação do bando, é possível que as vítimas procurem a polícia”, frisou.
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