Após se envolver num escândalo e ser acusado de suposta venda de sentenças, presidente do TRE, desembargador Evandro Stábile solicita férias ao Tribunal de Justiça
"Acuado", Stábile resolve tirar férias
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Evandro Stábile, solicitou férias de 30 dias tanto do TRE quanto do Tribunal de Justiça. Com a medida, o magistrado espera "sumir" da mídia e aguardar "a poeira baixar" para só então voltar. Ele tem direito a 30 dias de "descanso", conforme prevê a legislação trabalhista.
Mesmo assim, a ação de Stábile é tida por muitos como uma estratégia para se desvincular, ao menos provisoriamente, do escândalo em que aparece como investigado por suposta venda de sentenças no TRE e, assim, conseguir fôlego para retornar com a imagem não tão desgastada.
Ele tem sido alvo de diversos protestos por parte da sociedade e de entidades organizadas que pedem sua "cabeça". O magistrado, inclusive, estaria sendo pressionado pelos próprios membros do TRE a entregar o cargo, já que sua presença no Tribunal poderia "manchar" o processo eleitoral deste ano.
Conforme denúncia protocolada pelo Ministério Público Federal (MPF), há “fortes indícios quanto à existência de um grupo de pessoas associado em torno de uma estrutura organizada, perene e com predisposição comum de meios objetivando a prática criminosa, notadamente a suposta manipulação de decisões judiciais, mediante exploração de prestígio e corrupção ativa e passiva. Contatos diários dos integrantes do grupo, sempre a tratar da possibilidade de influenciar em decisões judiciais, demonstra a regularidade e a constância das atividades empreendidas”.
No último dia 18 a Polícia Federal prendeu 9 pessoas e cumpriu outros 30 mandados de busca e apreensão. Foram presos Célia Cury, advogada e esposa do desembargador aposentado Tadeu Cury, Alcenor Alves de Souza, ex-prefeito de Alto Paraguai, Ivone Reis Siqueira, Santos de Souza Ribeiro, Alessandro Jacarandá, Jarbas Nascimento, Cláudio Emanuel Camargo e Rodrigo Vieira, além de Max Weyzer.
Recentemente, a ministra do STJ, Nancy Andrighi, negou o pedido feito pelo Ministério Público Federal para que o magistrado fosse afastado não apenas da presidência do TRE como também do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça.
Comentários