O promotor Alexandre Themístocles solicitou a presença, durante a oitiva, do delegado da 38ª Delegacia de Polícia (Brás de Pina), Luiz Alberto de Andrade. Entretanto, o delegado afirmou que não vai comparecer. "Eu não vou ouvir o Adriano lá. A oitiva dele é aqui. Ele terá que prestar depoimento aqui também até amanhã. Caso contrário será expedido um mandado de condução para que ele seja levado à delegacia", afirmou Andrade à Folha.
O depoimento refere-se ao inquérito policial instaurado para apurar crimes de tráfico de drogas, associação para fins de tráfico e posse ilegal de arma de fogo praticados por integrantes da organização criminosa CV (Comando Vermelho), que controla o tráfico de drogas nas favelas de Furquim Mendes e Dique, em Jardim América, na zona norte do Rio, informou o órgão em nota.
"Ontem, fora do expediente, o Ministério Público, nos autos do procedimento, acolheu pedido do advogado Adilson Fernandes para que seu cliente fosse ouvido na Promotoria de Justiça. Na mesma ocasião foi solicitada a indispensável presença do delegado da 38ª DP para presidir a oitiva", afirmou o promotor de Justiça.
O jogador faltou segunda-feira (31) ao depoimento que havia sido marcado para ocorrer na 38ª DP sobre as supostas transações financeiras com homens ligados à quadrilha de Fabiano Atanásio da Silva, o FB, 34, chefe do tráfico de drogas da Vila Cruzeiro, no complexo da Penha. O depoimento estava marcado para as 14h, mas um advogado do jogador acordou com o delegado que Adriano se apresentaria até quarta.
A polícia ainda investiga duas fotos em que o jogador posa de atirador com um colega e mostra com as mãos o sinal da facção criminosa CV. Em março, o Ministério Público do Rio requisitou a instauração de um inquérito policial pela Delegacia de Combate às Drogas para apurar se Adriano comprou motos e as registrou em nome da mãe do traficante Paulo Roberto de Souza Paz, conhecido como Mica, 32, foragido há quatro anos.
O Promotor de Justiça solicitou, também, que seja apurado o vazamento de informações para a imprensa, que dizem respeito a interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, uma vez que o caso corre em segredo judicial. Themístocles pede também esclarecimentos pelo fato de os documentos ainda não terem sido juntados ao inquérito policial.
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