A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, subiu o tom das críticas nesta terça-feira ao adversário José Serra (PSDB) por suas declarações sobre a Bolívia e criticou o "inchaço" da máquina pública.

Na semana passada, o tucano afirmou que o governo da Bolívia é "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil. Marina insinuou, em entrevista ao UOL, que as críticas de Serra estariam contaminadas pelo preconceito contra o presidente Evo Morales, de etnia indígena.

"Tenho dúvidas, se talvez o governo da Bolívia fosse outro que não do Evo, um índio, se isso seria dito com tanta naturalidade. É apenas uma dúvida."

Marina voltou a afirmar que as declarações do ex-governador de São Paulo foram equivocadas por causa da generalização. Segundo ela, a maior parte da população boliviana não tem vínculo com tráfico. "É preciso que nós passemos mais a imagem de que queremos ajudar a Bolívia."

 

Corte

Durante a entrevista, Marina afirmou que o corte de R$ 7,5 bilhões no Orçamento apresentado pelo governo não substitui a necessidade de reduzir os gastos com custeio e tornar a máquina pública mais eficiente.

Ela afirmou que o Estado brasileiro sofre de um "inchamento" para garantir "governabilidade artificiais e fisiológicas".

"Existe uma máquina gigante que precisa ser o tempo todo alimentada. Por que não olhar para ela e combinar eficiência e redução de gasto? É preciso fazer isso, de modo que não se subtraia recursos de onde não pode, como saúde e educação", afirmou a pré-candidata. "A máquina é inchada sim. Por que a gente não pensa na profissionalização do Estado brasileiro? O Estado precisa ser aperfeiçoado", reiterou.