Reforma do PS de Cuiabá não vai acabar com filas
A falta de leitos e as longas filas de espera não devem acabar no Pronto-Socorro de Cuiabá com a inauguração das obras de reforma na ala de urgência e emergência. A análise é feita pelo secretário municipal de Saúde, Maurélio Ribeiro, e pelo diretor do PS, Jair Gimenez. Segundo eles, as adaptações feitas vão garantir uma estrutura melhor para atender pacientes em situações de risco, mas a quantidade de leitos não aumentou. São 120 de observação. Na ala reformada, foram implantados 45. Os outros 75 devem continuar no piso inferior da unidade.
Conforme o diretor do PS, o maior problema está na falta de leitos para internação. Pacientes que deveriam ficar entre 12h e 24h em observação, passam até 6 dias na unidade aguardando transferência. "O maior agravante é o número de pacientes de outros municípios que representa cerca de 50% das internações".
O número de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) também é reduzido. São 40 no hospital e outros 25 no Pronto-Socorro. Quando um leito é desocupado, há mais de uma pessoa na espera. "Vamos priorizar os atendimentos de emergência. Hoje, recebemos muitos pacientes que não são casos de urgência e emergência, mas vem direto aqui para consultar. Vamos priorizar os casos em que há risco e os outros vão ter que esperar".
O diretor orienta as pessoas que, primeiro, procurem as unidades de saúde de seus bairros. Existem hoje, em Cuiabá, 6 Policlínicas, 63 Programas de Saúde da Família (PSFs) e 22 Centros de Saúde.
Soluções - Para resolver estes problemas, o secretário Maurélio Ribeiro disse que o município está tentando ampliar parcerias com alguns hospitais filantrópicos, mas a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), que custeia os convênios, está defasada e não atrai as instituições. "Nós temos convênios com o Hospital Geral, Júlio Müller, Santa Casa, Bom Jesus, Santa Helena, mas a tabela do SUS é a mesma há 5 anos".
Ele enfatizou que outra ação é tentar ampliar parcerias com os municípios para que estes paguem os serviços que hoje são bancados pela Prefeitura de Cuiabá. "Estamos sempre conversando, mas enquanto não se resolve, não podemos negar atendimento a ninguém".
O secretário de Estado de Saúde, Augusto Amaral, destacou que o Governo do Estado tem como meta fortalecer os atendimentos no interior para descarregar a Capital. Mas lembrou que muitos serviços de alta complexidade são concentrados em Cuiabá.
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