"A escola funcionava como uma verdadeira fábrica de diplomas", afirmou o delegado titular da Decon, Adriano Garcia Geraldo.
Para receber os certificados, os "estudantes" pagavam entre R$ 450 e R$ 780, e mais uma taxa de R$ 50 pelo "Diário Oficial" com o registro.
Além de não respeitar o mínimo de 1.200 horas-aula exigidas pelo Ministério da Educação, as provas da Paulistec eram supostamente aplicadas em unidades credenciadas no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.
De acordo com o delegado, a investigação provou que nenhum dos estudantes viajou para nenhum desses lugares para fazer os testes.
Na operação desta segunda-feira, a polícia apreendeu várias provas que, apesar de estarem em branco, já tinham a avaliação pronta: nota dez. Declarações e diplomas também foram recolhidos.
Segundo o delegado, a maioria dos que procuravam a Paulistec agia de boa-fé e acreditava estar fazendo um curso dentro da lei. A partir de agora, porém, quem tentar usar os diplomas para ter acesso a cursos ou à universidade "poderá ser processado".
Os diplomas, apesar de originais, não são considerados válidos devido às irregularidades encontradas.
Segundo a polícia, só no Mato Grosso do Sul a escola faturava R$ 40 mil por mês. Os alunos eram cooptados por funcionários, que recebiam comissão a cada nova matrícula.
Duas funcionárias da escola foram presas em flagrante e liberas logo após prestarem depoimento. A Decon investiga agora Mauro de Napoli, suspeito de comandar o esquema, que estaria em São Paulo. Ele foi citado no inquérito e agora precisa prestar esclarecimentos sobre a situação da instituição.
No ano passado, a Delegacia do Consumidor de Goiás fechou a unidade da escola no Estado também pela acusação de venda de diplomas.
A atividade da escola nos outros Estados continua normal. Procurada pela reportagem, a sede da Paulistec afirmou que aguarda mais detalhes sobre o caso para se pronunciar, mas que seus advogados já estão preparando a defesa.
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