A passagem da tempestade tropical Agatha, que foi rebaixada para sistema de baixa pressão neste domingo, pela América Central deixou ao menos cem mortos e centenas de milhares de desabrigados, segundo dados preliminares fornecidos pelas autoridades locais.

Na Guatemala, ao menos 82 morreram e mais de 100 mil foram retiradas de suas casas. A maior parte das vítimas morreu em deslizamentos que enterraram casas em várias regiões do país, confirmou à AFP a Coordinadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred).

Apenas no departamento de Chimaltenango (55 km a oeste da capital) há 49 vítimas fatais, disse David de León, porta-voz da Conred.

Onze dos 22 departamentos do país foram atingidos, entre eles Chimaltenango e Sololá (oeste), Quiché (norte), Guatemala (centro), Escuintla e Retalhuleu (sul), Zacapá (leste) e Izabal (nordeste).

Milhares de casas foram danificadas por inundações e deslizamentos, disse o presidente Alvaro Colom, que ordenou a suspensão das aulas em todo o país a partir desta segunda-feira.

Colom, que visitou algumas áreas afetadas neste domingo, advertiu que o país "permanece em fase de emergência", já que há dezenas de municípios e aldeias sem comunicação por deslizamentos que obstruem as estradas.

Embora a tempestade "continue perdendo força gradualmente", "a degradação do sistema continuará favorecendo a formação de nuvens, que podem ser mais carregadas, e chuvas na maior parte do país", advertiu Conred.

El Salvador

Em El Salvador foram registradas nove mortes causadas pelo fenômeno climático, o que levou o presidente Mauricio Funes a decretar neste domingo alerta vermelho em todo o território.

O presidente salvadorenho advertiu que a situação atravessada pelo país é "crítica" e alertou que, apesar de a tempestade começar a perder intensidade, "o risco" de deslizamentos e inundações de rios "é muito alto".

Em Honduras o balanço é de dez mortos e milhares de desabrigados, além de prejuízos milionários. As autoridades decretaram alerta vermelho em cinco dos 18 departamentos do país, entre eles Tegucigalpa.

Apenas na Guatemala, o índice pluviométrico médio no sábado (29) chegou aos 168 milímetros, mas as chuvas mais fortes foram registradas em Ciudad Pedro de Alvarado, na fronteira com El Salvador (leste), onde o nível chegou a 430 milímetros.

Voos

Colom informou que aeronaves americanas da base militar de Palmerola (Honduras) ajudarão o governo gutemalteco e que também são esperadas ajudas de Colômbia e México na assistência aos desabrigados.

O México autorizou a Guatemala a utilizar o aeroporto da cidade fronteiriça de Tapachula (sul) para atender à emergência gerada pela catástrofe, informou neste domingo a Presidência mexicana.

Além disso, o aeroporto internacional La Aurora, na Cidade da Guatemala, permanecerá fechado pelos próximos cinco dias devido à grande quantidade de cinzas que caiu sobre sua pista após a erupção do vulcão Pacaya na quinta-feira à noite, disse à AFP o titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Ronaldo Robles.

Para enfrentar estas duas emergências, Colom anunciou que o país assinará um contrato de empréstimo de US$ 85 milhões [R$ 154 milhões] com o Banco Mundial.