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Economia
Segunda - 31 de Maio de 2010 às 07:57
Por: Romilson Dourado

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Ednilson Aguiar
Em Brasnorte, as poucas ruas pavimentadas são do centro e os 15 mil moradores enfrentam economia estagnada
Em Brasnorte, as poucas ruas pavimentadas são do centro e os 15 mil moradores enfrentam economia estagnada

Brasnorte (a 600 km de Cuiabá) e Lucas do Rio Verde (a 350 km da Capital) são separados por apenas 150 km, mas vivem dois extremos. Com 15 mil habitantes, o primeiro município figura nas estatísticas do IBGE como espécie de "ilha de atraso" porque não consegue acompanhar o dinamismo da economia. Boa parte dos habitantes está sem ocupação. Já Lucas, com cerca de 50 mil moradores, revela uma realidade de um Brasil interiorano que cresce a passos largos, fazendo jus ao símbolo do município, uma ema.

Os bransnortenses estão entre os que assistem ao espetáculo do crescimento, sem usufruir dos benefícios gerados. São vários fatores que impedem regiões de avançar, como o isolamento geográfico, causa e efeito da falta de infraestrutura essencial, condições do clima e do solo, dificuldades de conciliar o progresso com a preservação ambiental e a questão da organização local da sociedade, em diferentes combinações de fatores. Reportagem da Folha de S. Paulo deste domingo mostra que Brasnorte pertence a uma região onde a economia se encontra estagnada ou cresce abaixo da média do Estado. Isso leva os jovens a tentar a sorte em outros municípios. Os recursos que brotam não criam empregos e nem são investidos no desenvolvimento local para melhorar a qualidade de vida de sua população. Assim, não há progresso de fato.

Para se ter ideia, em Brasnorte, um dos 141 municípios mato-grossenses, as poucas ruas asfaltadas são do centro. As demais são de terra batida. Com isso, os habitantes convivem ou com a poeira em época de estiagem ou com lama no período de chuva. Para piorar, não contam com saneamento básico. A prefeitura não consegue implantar sistema de esgoto, o que obriga as famíliares a abrirem fossas nos seus quintais. Resta aos moradores buscar culturas alternativas de grãos para substituir a extração de árvores, que foi o alicerce da economia nas décadas de 70 e 80 e que se esgotou.

Outro extremo

Lucas do Rio Verde registra um dos melhores indicadores sociais e de renda do país. Desde a década passada começou a receber "invasão" de migrantes do Sul a convite de parentes que já tinham se instalado no município. Predestinados a "agregar valor", os pioneiros e os recém-chegados uniram forças. A chegada de grandes grupos e empresas contribuíram para com o desenvolvimento, como uma esmagadora de soja do grupo Amaggi e uma fábrica de aves e suínos da Sadia. Ambas foram instaladas em 2008 e hoje empregam cerca de 4 mil funcionários. Os produtores ampliaram a atividade, passando a fornecer os animais para o abate. Num efeito cascata, essa locomotiva traz emprego e renda, com melhoria substancial da qualidade de vida.
 


Lucas do Rio Verde, que tem ema como símbolo, registra os melhores índices sociais e já tem 50 mil habitantes
Foto: Edson Rodrigues





Fonte: RD News

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