Moradores do bairro Caximba, onde fica o aterro, encaminharam a denúncia com fotografias que apontam a suposta ampliação.
O grupo de habitantes do Caximba apresentou ao Ministério Público imagens dos supostos locais irregulares, como a estrada localizada em volta do aterro.
De acordo com os moradores, as margens desta via estão sendo preparadas com a cobertura de mantas plásticas, para receber novos resíduos. Saturado, o depósito de lixo funciona com autorização judicial.
A Promotoria do Meio Ambiente pediu ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) que faça a fiscalização para verificar se as informações repassadas pelos moradores procedem.
O Ibama tem prazo de dez dias para responder ao pedido. "Estamos desde 2004 dizendo para que os administradores públicos adotem medidas para reduzir o lixo que vai para a Caximba", afirma o procurador do Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato dos Santos.
O comerciante Jadir de Lima, que preside a Adecom (Aliança de Desenvolvimento Comunitário da Caximba), afirma que a prefeitura não respeitou ordem judicial.
"Eles jamais poderiam usar áreas novas para continuar a jogar lixo no aterro. Isso foi uma ampliação ilegal."
Segundo Lima, moradores passaram a sentir nos últimos dias um forte mau cheiro semelhante ao de gás exalado do aterro. A Caximba recebe os detritos de Curitiba e outros 17 municípios da região metropolitana.
"Aquele aterro é uma bomba relógio. Estamos lutando há mais de dois anos para fechar aquele lugar", afirma o ex-presidente do IAP (Instituto Ambiental do Paraná, do governo do Estado) Victor Hugo Burko.
OUTRO LADO
A prefeitura nega estar desrespeitando um acordo feito sobre as áreas antigas do aterro. O acerto teve respaldo judicial por meio de laudos técnicos.
Segundo sua assessoria, as áreas serão reutilizadas para continuar a receber os detritos até o encerramento das atividades do aterro.
Uma licitação comandada pela prefeitura, alvo de constantes paralisações judiciais, tenta colocar fim ao impasse.
O plano é estabelecer um novo consórcio privado para o recolhimento e beneficiamento do lixo, mas não há previsão para o desfecho da concorrência em razão das pendengas jurídicas.
Como forma emergencial, quando fechar o aterro da Caximba, a prefeitura planeja contratar áreas emergenciais para receber o lixo até a definição da licitação.
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