A seleção de trainees passa por uma transformação. Grandes empresas apostam em redes sociais e portais voltados especificamente ao programa para encontrar profissionais que se identificam com seus valores.

São ferramentas como Twitter, Facebook, LinkedIn e Orkut, mas desenvolvidas para a seleção, com material sobre a contratante.

"Alguns programas atraem até 40 mil inscritos, mas só aprovam dez ou 15. O desafio [ao lançar plataformas próprias] é trazer para a etapa presencial pessoas com o perfil que a empresa quer", aponta Rosana Tavares, consultora da Across.

Segundo a especialista, com essa interação, o profissional "perceberá sozinho o se é adequado [para compor o time de trainees]".

A consultoria preparou uma plataforma diferenciada para a Natura no ano passado -um portal com atividades
e "chats". "Ao conhecê-la, o candidato pode escolher se tem vontade de continuar ou não no processo, que fica menos seletivo e mais eletivo", esclarece Tavares.

Dos 18 mil inscritos, 35 foram selecionados --entre eles Fabianna Bluhm, 23.

"Estavam mais interessados em saber sobre minha vida para analisar meu perfil. Porque conhecimento técnico pode-se adquir com o tempo de trabalho", analisa.

GRAVANDO

Na seleção de trainees de 2009, a Johnson & Johnson também apostou nas plataformas on-line. Pediu aos candidatos que elaborassem um vídeo que associasse sua história de vida dele aos valores da empresa.

Valiam até os feitos com câmera de celular.

"Qualidade do material não era critério. Queríamos verificar se o jovem conhecia a companhia à qual estava se propondo a trabalhar", explica Renata Damásio, consultora de RH da Cia de Talentos, consultoria responsável por essa mudança.

Dos 20 mil inscritos, 28 foram escolhidos na seleção de 2009. Para este ano, o processo de escolha de trainees está sendo revisto --mas as alterações implementadas na seleção on-line permanecem.