Embalado pelo desenvolvimento de vários segmentos, Estado colhe recordes anuais
Mato Grosso vive "década de ouro" em sua economia
Estado que mais cresce no país, com ritmo de crescimento comparável ao da China, em torno de 10% ao ano, Mato Grosso vive a “década de ouro” de sua história. Saiu de importador para exportador de energia - o principal gargalo do seu desenvolvimento nas últimas três décadas – assumiu a liderança na produção de soja e algodão, passou a ter o maior rebanho bovino comercial do país e, ao invés de só exportar matéria-prima, inicia um novo ciclo de desenvolvimento ao agregar valor à produção que transforma proteína vegetal em animal, ou seja, ao invés de vender o grão de soja, transforma-o em ração para aves e suínos e exporta a carne.
O resultado desta “revolução” é o fortalecimento econômico do Estado e a expansão do setor industrial, com a vinda de agroindústrias dos mais diferentes setores, como alimentação (esmagadoras de soja, processadoras de frangos e suínos, frigoríficos), bebidas, metalurgia, combustíveis, calçados, atacado, comunicação e indústria têxtil. Junto a essas empresas foram gerados milhares de empregos diretos, provocando um extraordinário crescimento sobre a arrecadação e a elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios, que aponta o grau de desenvolvimento de um país, estado ou município.
Nos últimos oito anos desta década, por exemplo, a receita pública foi praticamente triplicada, saindo de R$ 3,2 bilhões, em 2002, para R$ 9,5 bilhões, em 2009. Já o PIB de Mato Grosso em 2002 foi de R$ 20,9 bilhões, saltando para R$ 42 bilhões em 2007 (último levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Podemos afirmar que Mato Grosso vive mesmo a década áurea da sua história”, define o superintendente de Indústria da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia do Estado, Sérgio Romani. Segundo ele, esse desenvolvimento vai ser intensificado nos próximos anos, com o advento da Copa de 2014, e continuará firme por muitos anos.
Ele diz que Mato Grosso passa por um processo de transformação ímpar. “Em um período de 12 anos – 1995 a 2007 – o nosso PIB (Produto Interno Bruto) cresceu quase 500%. Nenhum outro estado brasileiro registrou um índice tão elevado”. Frisou a importância dos incentivos fiscais como fator de atração de empresas ao Estado, mas lembrou que o grande chamariz dos investimentos continua sendo o potencial econômico do Estado e as oportunidades de negócio. “Só com a agricultura, por exemplo, Mato Grosso tem condições de triplicar sua produção sem derrubar sequer uma árvore”, pontua Romani.
“Mato Grosso tem crescido em ritmo semelhante à China, não há como segurar o nosso Estado”, diz o presidente da Federação das Indústrias no Estado (Fiemt), Jandir Milan, apoiado em um estudo econômico que traça o comparativo do crescimento industrial de Mato Grosso com a média brasileira e os estados vizinhos nos últimos 12 anos.
DADOS - O estudo mostra, com base no levantamento do IBGE, que o PIB estadual entre 1995 e 2007 saltou de R$ 7,319 bilhões para R$ 42,687 bilhões, alcançando o maior índice de crescimento entre os estados das regiões Centro-Oeste e Norte, com incremento de 483%.
Segundo Jandir Milan, a iniciativa privada investiu maciçamente graças ao bom ambiente econômico de Mato Grosso. Ele destaca ainda o bom desempenho do agronegócio e a verticalização da produção, ou seja, industrialização de matéria-prima e agregação de valores à produção.
Outro ponto favorável, na avaliação dos empresários, é que o governo federal manteve a postura agressiva de atração de investimentos e não deu ouvidos aos críticos dos incentivos fiscais. “Crescemos graças a estes incentivos e alcançamos resultados fabulosos. Os resultados aí estão em números, para quem quiser comprovar, e as indústrias não param de chegar ao nosso Estado”, afirma Sérgio Romani.
Ele lembra que os municípios que recebem as indústrias passam por uma transformação econômica. A tese do governo estadual é de que, além da geração de emprego e renda, um grande empreendimento acaba atraindo outras pequenas empresas prestadoras de serviço para atender suas necessidades.
“Um investimento puxa outro e aí a economia fica nesse ciclo virtuoso de crescimento”, afirma Romani. Para ele, o processo de industrialização está apenas começando, “mas Mato Grosso já vive uma nova era desenvolvimentista na atual década”.
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