Acusados prestaram depoimento na tarde deste sábado em Campo Grande (MS).
Pistoleiros confirmam que foram contratados por empresário
Os acusados de participarem do suposto plano para matar Fábio Leão de Barros, prestaram depoimento na tarde deste sábado, em Campo Grande (MS). Os pistoleiros confirmaram que foram contratados pelo empresário Francisco Serafim de Barros, pai de Fábio, para matar o filho na disputa do prêmio da loteria.
De acordo com a polícia de Mato Grosso do Sul, que comanda as investigações, não há dúvidas de que o milionário seria assassinado. Segundo o delegado Ivan Barreira, os pistoleiros só não mataram Fábio Leão no dia em que estiveram em Campo Grande, porque ele estava fora da cidade. O homem acusado de ser o intermediário do crime prestou depoimento e confirmou a participação do empresário. De acordo com o delegado, ele fez declarações reveladoras. "Segundo ele o mandante do crime disse que o filho dele estava dando muito trabalho e precisava tirar ele do caminho", conta Ivan.
Quem fez esta declaração foi José Gonçalves de Morais, o zé gordo que, segundo Ivan Barreira, acusou Serafim Barros. "Segundo o zé gordo o dinheiro foi repassado pelo Francisco Serafim a ele, que repassou para outro pistoleiro", pontua Barreira. A polícia informou que por enquanto está configurado o crime de formação de quadrilha e bando armado. O delegado ainda estuda a possibilidade de responsabilizar o grupo por tentativa de homicídio.
O motivo da briga familiar é o prêmio de quase 29 milhões de reais que o filho do empresário ganhou na mega-sena. Ele disse ter comprado fazendas, gado, apartamentos e carros. Mas tudo ficou em nome do pai. O rapaz contou que, ao decidir pedir a devolução do dinheiro, o pai teria se recusado. O ganhador da mega-sena diz que a justiça já deicidu a seu favor, mas o pai não aceitou.
Os advogados do fazendeiro entraram com pedidos de habeas corpus na justiça de Mato Grosso do Sul. Eles argumentam que o empresário é inocente e pedem que ele e Fabiano Leão sejam libertados. A justiça ainda não decidiu, mas o Ministério Público é contrário à libertação.
O crime
A polícia descobriu o esquema em Mato Grosso do Sul, quando um veículo com duas pessoas foi parado na BR-163. Ambos estavam armados e foram encaminhados à delegacia para interrogatório. Segundo o advogado da vítima, os policiais desconfiaram quando viram uma foto de uma mulher. Os dois disseram tratar-se de uma parente, mas um escrivão que passava pelo local era amigo da família e reconheceu na foto a esposa de Fábio. "Eles então ligaram para ela e descobriram que os dois não tinham qualquer relação", conta o advogado.
Outro fato que levantou mais suspeita quanto aos dois serem pistoleiros encomendados foi o fato de um batalhão de advogados surgir na delegacia. Aparentemente ambos eram pessoas simples e aquele monte de advogados levantou desconfiança no delegado. Após algumas horas de interrogatório, um dos dois confessou tratar-se de um crime encomendado. A polícia chegou então até Serafim e seu filho mais novo, Fabiano Leão.
Comentários