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Sábado - 29 de Maio de 2010 às 09:11
Por: Jean Campos

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Depoimentos prestados espontaneamente na Polícia Federal, conforme os autos, indicam “intermediação ativa” de Célia Cury em negociação de sentenças.

Conforme um dos depoimentos, Célia teria oferecido seus serviços de advogada assegurando resultado positivo na demanda em que o depoente era parte.

Comprovado com escutas telefônicas, Célia liga várias vezes para o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Evandro Stábile, com quem aparenta bom relacionamento.

Para sistematizar os fortes indícios de que a relação entre advogados e parentes de magistrados se baseava na interferência de processos em tramitação no Judiciário de Mato Grosso, a PF montou um “organograma” que ligava as supostas negociações com os envolvidos.

Em agosto de 2008, foram abertos os sigilos fiscal e bancário, as declarações do imposto de renda dos últimos cinco anos, levantados dados sobre transações de compra e venda de imóveis e movimentações financeiras com base na retenção do CPF de José Tadeu Cury, Carlos Alberto Alves da Rocha, Círio Miotto e Célia Cury. A casa deles foi alvo de mandados de busca e apreensão durante a Operação Asafe.

Nenhum magistrado citado nas investigações prestou depoimento à Polícia Federal devido à prerrogativa de foro. Espera-se que a relatora do processo, a ministra do STJ Nancy Andrighi, emita Carta de Ordem determinando que sejam ouvidos pela PF na Capital ou os intimem a depor em Brasília.

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o delegado Carlos Eduardo Fistarol ainda não havia terminado a fase de oitivas. A polícia também faz perícia dos materiais apreendidos durante o cumprimento dos 30 mandados de busca e apreensão. A previsão é de que os trabalhos sejam finalizados em 30 dias e remetidos ao STJ.






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