A juíza Cláudia Maria Hardt, da 18ª Vara Cível de Porto Alegre (RS), julgou procedente em parte uma ação proposta pela família de um jovem que caiu no fosso do estádio Olímpico.

O Grêmio terá que pagar R$ 60 mil à mãe e a cada um dos dois irmãos de William da Silva, a título de indenização por danos morais, deduzido o valor do seguro já recebido, R$ 25 mil. O clube pode recorrer da decisão.

Em 9 de maio de 2007, William, então com 21 anos e estudante de medicina na Universidade Federal de Santa Maria, foi até Porto Alegre para assistir ao jogo do Grêmio contra o São Paulo, pela Libertadores. Por volta das 21h40, caiu no fosso que separava a arquibancada do gramado e sofreu traumatismo craniano. Ele morreu no hospital, na madrugada seguinte.

"Não merecem ser valorizados os argumentos do clube na tentativa de configurar culpa exclusiva do falecido torcedor, pois isso não elimina sua responsabilidade no que diz com o fator determinante, isto é, a necessidade da manutenção da estrutura do estádio de forma a proporcionar a total segurança dos frequentadores", afirmou a juíza.

A juíza considerou ainda que a família ficou abalada moralmente com o fato de que não poder "desfrutar da presença do seu ente querido".

Foram negados dois pedidos da família contra o Grêmio: uma pensão vitalícia à mãe, pois não ficou comprovado que o estudante já contribuía com seu sustento; e o pagamento das despesas do funeral, pois as notas fiscais foram apresentadas quase dois meses após o enterro.

O Grêmio não foi localizado para comentar a decisão, mas sua versão será incluída neste texto assim que houver manifestação.