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Internacional
Sexta - 28 de Maio de 2010 às 14:06

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AFP
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente Lula e o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente Lula e o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan
Em um discurso duro na abertura do 3º Fórum Mundial de Aliança de Civilizações na manhã desta sexta-feira (28) , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil manterá seus esforços pela paz no Oriente Médio, iniciativa que foi criticada pela diplomacia americana na quinta-feira (27). Lula também fez nova análise do comportamento dos países desenvolvidos durante e após a crise financeira mundial.

"A existência de armas de destruição em massa torna o mundo mais inseguro", disse Lula, cujo pronunciamento vai na direção oposta aos comentários da secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton. Na quinta-feira (27), ela disse que as ações tomadas por países para ajudar a encontrar uma solução diplomática para a crise nuclear iraniana tornaram o mundo mais perigoso.

Lula começou seu pronunciamento criticando as afirmações de que existam diferenças inconciliáveis entre nações. Para ele, essas teses só servem de pretextos para ações bélicas preventivas, enquanto a diplomacia brasileira aposta no "entendimento que faz calar as armas".

"O mundo precisa de um Oriente Médio em paz. O Brasil não está alheio a essa necessidade. Defendemos um planeta livre de armas e o cumprimento do Tratado de Não-Proliferação (Nuclear)", disse Lula na abertura do evento.

O presidente lembrou que recentemente esteve no Irã com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, onde mediaram um acordo de troca de combustível nuclear com Teerã. No entanto, o acordo não impediu que potências ocidentais, que suspeitam que o Irã busca armas atômicas, seguissem pressionando por novas sanções ao país.

"Esse é um conflito que ameaça muito mais a estabilidade de uma região importante do planeta. Acreditamos que a energia nuclear deve ser um instrumento para promoção do desenvolvimento e não uma ameaça", disse.

Crise financeira
O presidente foi duro também ao falar dos países desenvolvidos que, para ele, resistem a promover mudanças que deem maior protagonismo ao mundo em desenvolvimento após a crise financeira global.

"A crise financeira que se abateu sobre todos mostrou o quão necessário será contar com organizações multilaterais poderosas, à altura de um mundo cada vez mais diverso e multipolar. Mas constatamos grande resistência à mudança", disse.

"Incapazes de assumir seus próprios erros, alguns governantes buscam transferir o ônus da crise para os mais fracos. Adotam medidas protecionistas que oneram bens e serviços e, ao mesmo tempo, se mostram lenientes com os paraísos fiscais, responsabilizam imigrantes pela crise social. A comunidade internacional precisa reagir". disse.

Ele defendeu mais oportunidade para os países em desenvolvimento para que haja crescimento econômico num mundo globalizado. Segundo o presidente, este fórum é a oportunidade para reformar mentalidades.

"É necessário oferecer oportunidade de crescimento econômico para quem já não tem esperanças", disse o presidente que lamentou que ainda existam governos resistentes às mudanças e atribuem o ônus da crise mundial aos países mais fracos, em desenvolvimento.

Para Lula, a tolerância e a igualdade de oportunidades são fundamentais para um ambiente de concórida e de paz.  "A exclusão, o preconceito e a pobreza só alimentam cenários de tensão e de conflito", disse o presidente.






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