Para ele, a "crise na Europa é preocupante" e "já tem um efeito global". Na economia brasileira, avalia, o impacto será reduzido, já que o país convive atualmente com outro problema: o crescimento excessivo e o risco consequente de disparada da inflação.
"O problema da economia brasileira não é o de crescer. É o de crescer demais", disse Coutinho, que participou hoje do Terceiro Fórum Brasil-União Europeia, no Rio.
O presidente do BNDES disse que a preocupação atual do governo é a de "moderar o crescimento" --por meio da alta de juros já em curso.
Sob esse prisma, diz, a crise europeia servirá para conter o crescimento da economia brasileria. E talvez possa impedir um aperto maior da política monetária.
Isso porque, prevê, a exportações brasileiras para a Europa tendem a refluir. Tal cenário, porém, não é grave, já que a Ásia (especialmente da China) pode absorver o excedente de produtos destinados antes ao continente europeu, segundo o presidente do banco estatal.
Para Coutinho, a crise será longa e durará, pelo menos, mais dois anos. Somente após esse período, diz, a Europa começará a reagir. "A Europa vai passar um período muito dificíl."
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