"Não acredito em mágica até porque essa coisa de mágica aparece muito em período de campanha. [Foram] 16 anos em que as pessoas tiveram a oportunidade e não fizeram", disse a pré-candidata em Gramado (RS).
Aprovada em 2000, a emenda 29 fixa percentuais mínimos de investimentos em saúde em relação às receitas da União (10%), Estados (12%) e municípios (15%), mas até hoje não foi regulamentada.
Assim como os oponentes, Marina discursou no Congresso Brasileiro de Secretarias Municipais de Saúde e também prometeu destinar os 10% federais previstos para o setor.
Segundo ela, a implementação seria gradual e o dinheiro viria de remanejamentos do Orçamento federal.
Marina foi ovacionada quando disse, diante de um público majoritariamente composto por gestores municipais, que a não regulamentação da emenda transfere a conta da saúde de Estados e União para as prefeituras.
Enquanto os dois primeiros não cumprem os percentuais fixados pela emenda, disse a senadora, os municípios hoje aplicam, em média, 22% de suas receitas para dar atenção básica de saúde à população.
Em vários momentos, Marina usou a própria história como exemplo de seu "compromisso" com o funcionamento da saúde pública.
Ela disse que o pai de 82 anos e seus irmãos são usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) e relembrou, uma passagem de sua vida, em que recebeu tratamento errado quando vivia em um seringal no Acre.
Aos 14 anos, ela sofria de hepatite, foi tratada com remédios para malária e foi desenganada.
"O médico olhou para mim e para minha tia que havia me levado e disse: "essa daí já está com a alma no inferno há muito tempo". Quando vocês falam em acolhimento e em humanização da saúde, eu tenho um compromisso visceral com isso", discursou.
Comentários