Justiça do MS decretou prisão temporária do superintendente da Fiemt, Serafim Barros, pela acusação de contratar pistoleiros para matar Fábio, o filho
Diretor da Fiemt é acusado de tramar morte do filho
A polícia prendeu ontem o superintendente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) e ex-diretor nacional do Banco da Amazônia S.A (Basa), Francisco Serafim de Barros, 60 anos. A prisão foi determinada pela Justiça do Mato Grosso do Sul devido a investigações que apontam Serafim como mentor de um plano de execução do próprio filho, Fábio Leão de Barros, 40 anos. Pai e filho se enfrentam judicialmente há pelo menos três anos por conta de um prêmio superior a R$ 28 milhões que Fábio ganhou na Mega-Sena em 2006.
Serafim foi preso no final da tarde de ontem na sede da Fiemt, onde ocupava cargo administrativo de superintendente há duas semanas. Ele negou tudo ao delegado Luciano Inácio da Silva, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), chegou a dizer que tudo não passa de armação do próprio filho e ainda lhe atribuiu crimes (ver box). Serafim deverá ser encaminhado para Mato Grosso do Sul para o cumprimento de prisão temporária. Foi de lá que saiu o mandado da prisão, executado pela polícia mato-grossense. O advogado de Serafim não quis falar com a imprensa.
A prisão de Serafim foi fruto de uma investigação da Polícia Civil sul-mato-grossense acerca de dois pistoleiros detidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A investigação, por meio de escutas telefônicas, acabou revelando que os dois pistoleiros estavam participando de um conluio para matar o filho do superintendente da Fiemt de Mato Grosso a mando de Serafim. O conluio envolvia também um irmão mais novo de Fábio, Fabiano Leão de Barros.
Segundo o advogado de Fábio, Ricardo Monteiro, o irmão inclusive foi preso ontem em Jaciara e outros dois pistoleiros foram presos em Goiás. Porém, a Polícia Civil mato-grossense não confirma, uma vez que só teve a atribuição de cumprir o mandado de prisão contra Serafim. A reportagem tentou entrar em contato com o delegado sul-mato-grossense responsável pelas investigações, Ivan Barreira, que não quis falar sobre o caso por telefone.
Já a versão da defesa de Fábio é que o acerto de Serafim com os pistoleiros se deve a um conflito entre ele e seu filho desde 2007. Um ano antes, Fábio apostou e acabou vencendo sozinho na Mega-sena. O prêmio, mais de R$ 28 milhões, foi retirado em Brasília por segurança de não ser identificado.
Ainda segundo seu advogado, na época Fábio preferiu que o montante ficasse na conta bancária do pai e assim permaneceu. Um ano depois, quando Fábio quis o dinheiro de volta, o pai negou e isso gerou uma longa disputa judicial. Em juízo, Serafim chegou a admitir que o filho é o dono do dinheiro, tanto que todas as decisões lhe foram desfavoráveis.
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