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Iniciativa causou revolta entre vereadores da oposição; prefeitura garante que orientação foi pela apreciação mais breve possível
Vereadores esvaziam sessão na Câmara
WALTER MACHADO
Primeira sessão após o recesso parlamentar acabou encerrada antes do grande expediente devido à iniciativa dos vereadore
Vereadores esvaziariam a sessão plenária desta terça-feira (6) da Câmara Municipal de Cuiabá, o que impediu a apreciação dos vetos do prefeito Mauro Mendes ao chamado “Pacotão do Transporte”. A atitude causou revolta na oposição, que anunciou a intenção de derrubar os vetos na próxima semana. A prefeitura diz que não houve recomendação para esvaziar a sessão.
Na noite desta segunda-feira (5), o prefeito se reuniu com o titular da secretaria de Governo, Fábio Garcia, e os 18 vereadores da situação. Apesar do imbróglio de ontem, o secretário garante que a orientação do Alencastro era pela votação mais breve possível das matérias.
O líder do Governo na Câmara, vereador Leonardo de Oliveira (PTB), garante que, a partir de agora, Mendes vai participar mais dos debates no Legislativo por meio dos parlamentares da base.
“Foi uma reunião pela aproximação neste segundo semestre. Ele (Mendes) explicou que durante o primeiro semestre ficou muito empenhado com as questões administrativas e agora vai ficar mais próximo da Câmara. Vamos ter outras reuniões para discutir com calma os vetos. O que deu para sentir na reunião é que estamos com 18 na base aliada, que garantiram que, de qualquer forma, estarão caminhando juntos”, explica o petebista.
Os parlamentares devem se reunir novamente com o prefeito para debater os vetos na tarde de hoje (7). No entanto, a tentativa do socialista em se aproximar dos vereadores responsáveis por sua “defesa” no Legislativo parece não estar dando muito certo.
Isto porque os parlamentares de situação deixaram o plenário no momento em que o vereador Dilemário Alencar (PTB) fazia duras críticas a Mendes e aos empresários do transporte coletivo.
Autor do projeto que visa à volta dos cobradores, ele avalia que o prefeito não defende o interesse da população, mas o de empresários. “Sou da base, mas não concordo com a atitude dele”.
O esvaziamento fez com que a sessão fosse encerrada sem sequer terminar o grande expediente. Os demais vereadores condenaram a postura da base e apontaram um racha.
“A base não está unida, basta ver o que o Dilemário (Alencar) falou do prefeito durante a sessão. Estranhamos a postura do prefeito em não discutir aqui na Câmara, em plenário, com notas gravadas e debates registrados. Mendes só faz política no gabinete ou, quem sabe, nos escritórios dos empresários”, disparou Allan Kardec (PT).
Ricardo Saad (PSDB) reforçou o discurso do petista. “Ficamos parados durante 15 dias e, na hora que volta, esvazia a sessão? Eles estão fugindo de um debate que mais cedo ou mais tarde vai acontecer. Esses vetos serão derrubados. Independente de ser de oposição ou não, temos que votar a favor da população”, defendeu.
Leonardo, por sua vez, diz que vai tentar convencer os demais vereadores de que “o melhor para a população de Cuiabá é manter os vetos”. “É natural a oposição agir assim. Ela tem o entendimento dela e vamos tentar mostrar o porquê do veto e lutar para mantê-lo”.
Vale lembrar que os cinco projetos que ficaram conhecidos como “Pacotão dos Transportes” foram aprovados por unanimidade. “Agora, os vereadores têm outro entendimento que o anterior. Existe uma lei que diz que qualquer alteração que envolva o transporte coletivo tinha que ter um estudo e este estudo não foi feito. O entendimento que nós da base tivemos é que vamos votar em conjunto pela permanência. O Mauro não quer uma base alienada, quer uma base aliada. Então, vamos sentar e discutir bastante”, diz o líder.
Apesar disso, Leonardo garante que, caso algum parlamentar fuja do que for definido, não sofrerá retaliações. “Se os vereadores entenderem que devem derrubar o veto, é independência. O Mauro tem um posicionamento forte para vetar e acredito que vai convencer todos os da base”.
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
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