Curso de capacitação ensina boas práticas agropecuárias na agricultura familiar em Arenápolis
O Treinamento sobre Recomendações Básicas para a Aplicação das Boas Práticas Agropecuárias e de Fabricação na Agricultura Familiar, que está sendo realizado, de 24 a 28 de maio, no município de Arenápolis (a 238 km de Cuiabá), tem como objetivo formar multiplicadores de boas práticas de fabricação de alimentos.
Destinado aos técnicos da extensão de empresas estaduais, cooperativas, secretarias municipais de agricultura e técnicos de fiscalização da Vigilância Sanitária, com a intenção de melhorar as práticas de fabricação e industrialização de alimentos feitas na agricultura familiar, garantindo qualidade aos produtos que são ofertados aos consumidores, com abordagens que vão desde a construção, práticas de higiene, armazenamento, transporte, rotulagem até a comercialização dos produtos. “Na história do processamento de alimentos, a mudança ocorreu na cozinha, que passou a ter uma instalação própria para processamento, a atividade da mulher na cozinha, passou da subsistência para a atividade econômica com agregação de valor e hoje nós trabalhamos com as boas práticas de fabricação para agregar além do valor, à qualidade e a segurança dos produtos”, ressaltou o coordenador do curso, Fenelon do Nascimento Neto, da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
Outra questão importante abordada no curso é a microbiologia dos alimentos, pois a contaminação de produtos pode acontecer pelos microorganismos, ou contaminação química: “O alimento não pode ter nada que prejudique a sua qualidade, nós temos que evitar os problemas físicos, como por exemplo, uma espinha de peixe. A maior parte de contaminações em alimentos são causadas pelo próprio homem. Tendo aprendido essas boas práticas, ele pode evitar grande parte dessas contaminações pela simples prática de lavar as mãos. Então tem uma série de cuidados que nós recomendamos como a correta limpeza das instalações, no vestuário, na higienização dos vasilhames”, acrescentou Fenelon.
Durante o curso foi realizado uma auditoria de boa prática de fabricação nas instalações de um laticínio de Arenápolis, que exercita todas as etapas do correto processamento dos alimentos: “O exercício de verificar in loco, vai permitir à equipe identificar os pontos de aperfeiçoamento para que os alimentos sejam produzidos de forma segura. Em meio a expectativa da Copa de 2014, o curso também cria um ambiente favorável para que a empresa possa em tempo hábil, orientar os agricultores na produção, processamento e comercialização de alimentos saudáveis e seguros tipicamente mato-grossense”, explica a nutricionista da Empaer, Denise Ávila Gutterres, Articuladora da Rede de Agroindústria no Estado.
“Este curso vai facilitar a equipe técnica de cada escritório local, orientar os produtores rurais a se organizarem em cooperativas, agregando assim, maior valor no produto que eles já tem lá na sua propriedade”, disse a tecnóloga em alimentos do Escritório Local da Empaer de Nova Canaã do Norte, Ângela Ribeiro de Oliveira.
“Esse treinamento veio num momento importante, onde nós estamos implantando o SIM, que é o Sistema de Inspeção Municipal. Com essas informações nós teremos condições de auxiliar os pequenos agricultores a implementar esse manual de boas práticas e nós agradecemos à Empaer por abrir espaço à outros órgãos participarem desse curso”, ressaltou Loren Renata I. Furtado da Secretaria de Agricultura de Guarantã do Norte.
O curso já na sua 23ª versão, faz parte do Programa de Agroindustrialização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e está sendo difundido em todo o Brasil. A Embrapa trabalha em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), responsável pela estadia dos palestrantes e a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) mobiliza os recursos locais.
No total, são 29 participantes: dezesseis técnicos da Empaer (de sete regiões do estado), sete pessoas do serviço de inspeção municipal (de Arenápolis, Nortelândia e Guarantã do Norte), quatro de uma cooperativa de Terra Nova do Norte e dois técnicos do laticínio de Arenápolis.
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