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Quinta - 27 de Maio de 2010 às 12:31
Por: Kivanio Barbosa

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O ex-prefeito de Alto Paraguai e advogado Alcenor Alves, que foi preso na operação Asafe e libertado dias depois, é um dos acusados de intermediar venda de sentença para favorecer sua esposa Diane Alves Vasconcelos (PR), segunda colocada nas eleições para prefeitura em 2008 e que assumiu o cargo por alguns meses, com a cassação de Adair José Alves Moreira. Após longo embate jurídico, o município voltou ao comando de Adair.

Interceptações telefônicas da Polícia Federal revelam que Alcenor, que foi vice-prefeito de Umbelino Campos, o Biliu, era quem determinava as diretrizes da esposa na administração. Alternava seu tempo entre as atribuições na prefeitura, com clientes que ainda conservava no escritório e ainda com lobby junto a assessores e/ou desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral, tudo para manter Diane no cargo. Suas incursões junto ao TRE, segundo consta no processo na Justiça Federal, era para minar todas as tentativas de recursos impetrados pelo então prefeito eleito Adair, que estava com registro cassado.

Alcenor se junta ao sobrinho identificado nas gravações por Bruno, que lhe apresenta o advogado Phellipe Oscar Rabello Jacob, filho do juiz-membro do TRE Eduardo Migueis Jacob, relator do processo sobre o embate jurídico em Alto Paraguai. Jacob havia substituído Maria Abadia na relatoria. Em 20 de agosto do ano passado, Bruno apresenta Phellipe a Alcenor. A partir daí, desenvolve-se uma série de diálogos e encontros para repassar as diretrizes processuais para contraposição de recursos impetrados pelo adversário, no caso o prefeito eleito Adair. Um dos encontros acontece na casa de Alcenor. Phellipe promete resolver o caso.

Também são envolvidos na trama o ex-prefeito e advogado Eduardo Gomes, que chega a ligar para um servidor do TRE, de prenome Jeferson, e oferece a ele recompensa material e pede para tirar cópia de todo o processo relativo à Prefeitura de Alto Paraguai. O servidor concorda. Entra no "rolo" também o presidente do TRE, desembargador Evandro Stábile. O esquema montado pelo poder no município é um capítulo a parte do escândalo que abala a Justiça Eleitoral e vai ser enfatizado em outras matérias.

Esquema de R$ 10 milhões

Na tentativa de "segurar" a esposa Diane no cargo de prefeita, Alcenor se envolve em várias negociações. Em 24 de agosto do ano passado, ele é procurado por Antônio, que solicita ao ex-prefeito indicação de um gerente de confiança para realizar uma transferência de R$ 10 milhões. O dinheiro viria acompanhado de uma lista de pessoas para as quais o montante deveria ser distribuído, tirando 10% para o gerente e o mesmo percentual para os dois (Antonio e Alcenor). No diálogo abaixo, Antonio explica que a remessa da quantia milionária será de Minas Gerais para Mato Grosso, pela Caixa Econômica. Confira.


 




Fonte: RD News

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