"Tem gente que ao invés de sentar na mesa, prefere mostrar que tem força: "ou dá ou desce. Eu não sou assim. Ninguém dá e todo mundo desce, esse é o meu lema", afirmou.

Lula elogiou a política externa brasileira -- em especial o chanceler Celso Amorim -- e disse que o acordo assinado entre o Brasil, a Turquia e o Irã segue a proposta feita em outubro pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). Segundo Lula, o Brasil teve êxito naquilo que "há 31 anos os EUA querem fazer pelo Irã e não conseguem".

Pelo acordo, Teerã se comprometeu a enviar 1.200 kg de seu estoque de urânio pouco enriquecido à Turquia, sua vizinha, para em um ano receber de volta 120 kg do material processado a 20% para uso em pesquisa médica.

O presidente afirmou nesta quarta que se surpreendeu com a resposta ao acordo -- no dia seguinte à assinatura, os EUA apresentaram ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta para impor novas sanções ao país persa. Para Lula, a negação ao acordo se deve ao fato de que "no mundo tem gente que não sabe fazer política sem ter um inimigo", afirmou.

"Primeiro é preciso criar o inimigo e ele tem que ser ruim. Embora possa não ser, mas tem que fazê-lo ruim, a cara tem que ser feia e nós temos então que demonizá-lo", disse