Polícia Civil revela detalhes das investigações em torno da tragédia em São Paulo
Desejo de filho de PMs mortos em chacina era assassinar os pais, diz amigo à polícia

O jovem Marcelo Pesseghini, de 13 anos, tinha pelo menos um grande desejo na vida: ser matador de aluguel, matar os pais e fugir com o carro deles. A revelação foi feita pelo delegado Itagiba Vieira Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), durante a coletiva realizada na tarde desta terça-feira (6), na sede no centro de São Paulo. Ele seria o autor da morte dos pais, ambos oficiais da Polícia Militar, da avó e de uma tia na casa da família, na Brasilândia, zona norte da capital.

 

— Ele sempre chamou esse amigo, o melhor amigo dele, para fugir de casa. Segundo esse amigo, o desejo dele era ser matador de aluguel, de matar os pais e fugir com o carro da família.

 

Segundo o delegado, o amigo do adolescente nunca havia relatado essa história para ninguém, até as mortes ocorrerem.

 

Marcelo foi à escola na segunda-feira (5), horas após ter cometido os assassinatos do pai, Luís Marcelo Pesseghini, sargento da Rota, da mãe, a cabo Andreia Bovo Pesseghini, do 18º Batalhão da PM, da avó, de 65 anos, mãe de Andreia, e da tia-avó, de 55 anos. Segundo as investigações da polícia, todos foram mortos enquanto dormiam, com disparos na cabeça de uma pistola .40, pertencente à mãe do jovem.

 

 

O delegado Itagiba Vieira Franco disse ainda que o inquérito não está concluído, mas tudo leva a crer que o filho do casal de PMs premeditou a chacina. Em depoimento, uma professora de Marcelo contou ter tido uma conversa com o garoto, na qual ele a indagou se ela alguma vez havia dirigido o carro dos pais e feito algo contra eles. Tal conversa foi “muito estranha”, de acordo com a professora.