Polícia Federal deve realizar nova operação nesta sexta com reflexos no Executivo, Legislativo e Judiciário; ação promete ser a maior do Estado e deve levar à cadeia magistrados e políticos
PF prepara nova operação para 6ª; políticos e magistrados estão na mira
A Polícia Federal deve desencadear uma megaoperação nesta sexta (28) em Mato Grosso que trará reflexos ao Executivo, Legislativo e Judiciário. Conforme informações de bastidores, alguns políticos e magistrados já estão cansados de se esconder e, conformados, aguardam pacientemente a chega da PF na manhã de sexta. Diante das provas contundentes, já nem fazem questão de se defender. Alguns prometem nem mesmo esperar a chegada dos agentes federais. Devem madrugar na sede da Polícia Federal para evitar o constrangimento de "desfilar" nas ruas da Capital dentro de um camburão.
O objetivo da nova operação seria combater o desvio de recursos públicos da Assembléia Legislativa aos Poderes Executivo e Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado. O escândalo deve colocar Mato Grosso mais uma vez na mídia nacional com repercussões nada agradáveis. Segundo informações ainda não confirmadas pela PF, esta seria uma das maiores operações do país e a maior no Estado.
Interceptações telefônicas teriam flagrado ao menos um deputado estadual pedindo favores a magistrados. Os pedidos foram prontamente atendidos mediante pagamento. O esquema estaria tão arraigado que os envolvidos já nem se preocupavam em esconder os crimes. Irregularidades eram cometidas em plena luz do dia, aos olhos de quem quisesse ver. Como os crimes teriam envolvimento de desembargadores, a investigação é conduzida pelo Superior Tribunal de Justiça, que mantém todos os dados sob sigilo.
Nos últimos 10 dias, duas operações já foram desencadeadas pela PF em Mato Grosso, ambas envolvendo autoridades do Estado. Na primeira, realizada no dia 18, foram presos advogados acusados de participação em venda de sentenças. Juízes foram ouvidos e logo em seguida liberados. O nome da operação remetia justamente a "julgamento". Asafe refere-se ao Salmo 82 da Bíblia, que diz: Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses.
A operação aconteceu após denúncias de que advogados e terceiros estariam manipulando decisões no âmbito da Justiça Eleitoral de Mato Grosso. As investigações apontaram o possível envolvimento de juízes e desembargadores do TJ e membros atuais e antigos do TRE-MT em venda de sentenças. Segundo o MPF, são eles o juiz Círio Miotto e os desembargadores Evandro Stábile, José Luiz Carvalho e Donato Fortunato Ojeda, que já se aposentou. Eles são acusados de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.
Depois foi a vez da Operação Jurupari, na última sexta (21). Entre quase 100 presos por uma série de crimes voltados a questões ambientais estão o ex-secretário de Meio Ambiente por três anos no governo Maggi, Luís Henrique Daldegan, três assessores diretos do governador, entre eles o chefe de Gabinete Sílvio Correa, e o secretário-adjunto da Sema Afrânio Migliari.
Dentre as principais irregularidades constatadas estão fraudes na concessão de licenciamentos e autorização de desmatamentos, até mesmo no interior de áreas protegidas, como Terras Indígenas, disponibilidade de créditos florestais fictícios, e que permitem o desmatamento e retirada ilegal de madeira, de áreas não documentadas, especialmente de terras públicas e áreas protegidas, como terras indígenas, assentamentos do Incra e unidades de conservação e transporte, processamento e comercialização destes produtos florestais pelas serrarias e madeireiras, as quais recebem o produto “esquentado” com documentação fraudulenta, abastecendo e incentivando, portando, todo o esquema.
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