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Quarta - 26 de Maio de 2010 às 14:18

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Reprodução/TV Globo
Pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino estavam no jato Legacy
Pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino estavam no jato Legacy

A juíza Vanessa Curti Perenha Gasques, substituta da 3ª Vara Federal de Mato Grosso, negou a absolvição sumária dos pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, em um processo que teve início em 2009. Segundo o Ministério Público Federal, os acusados prestaram "informação falsa" sobre a autorização para voar em espaço aéreo com separação vertical reduzida e não acionaram o TCAS, o sistema anticolisão.

Os dois pilotos estavam no jato Legacy que bateu em um Boeing da Gol, em setembro de 2006. Após a colisão, o avião da companhia aérea brasileira caiu no norte de Mato Grosso, matando 154 pessoas. O jato Legacy pousou em uma base aérea, na Serra do Cachimbo, no Pará.

Foi a segunda denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra os pilotos norte-americanos, em Sinop. A juíza disse ao G1 que esse processo diz respeito a "condutas que não haviam sido incluídas" na primeira ação. "Apesar de ser o mesmo fato criminoso, eles (procuradores) identificaram outras condutas que podem ter levado ao acidente", afirmou.

Na decisão judicial, a magistrada aponta que há indícios de que houve crime. O texto oficial diz que "os elementos de convicção até aqui colecionados não permitem dizer que os fatos imputados evidentemente não constituem crime. Pelo contrário, há indícios de autoria e materialidade".

A juíza assumiu os processos que tramitam em Sinop (MT), depois que o titular, Murilo Mendes, pediu afastamento.

Vanessa também determinou a justificativa da necessidade da oitiva de testemunhas que estão fora do país e a expedição de mandado de busca de equipamentos do jato envolvido no acidente, que foram devolvidos à empresa responsável pela aeronave e devem ficar sob guarda da Polícia Federal.

"Falhas"
Em entrevista exclusiva ao "Fantástico", o ex-funcionário da Embraer, Daniel Bachmann, que estava dentro do jato Legacy no dia do acidente, disse que, inicialmente, os passageiros não sabiam que houve uma colisão. "Houve um som de alarme, o mapa tinha caído no chão. Foi quando olhamos pela janela e vimos um pedaço da asa faltando", afirmou.

De acordo com ele, "houve uma falha de comunicação também entre o controlador da torre na Serra do Cachimbo e o piloto. Uma questão de inglês e de medida, o comprimento: 2600 pés ou 2600 metros de pista, então o piloto teve que assumir a menor das duas, na dúvida", disse.

No início deste mês, representantes do Federal Aviation Administration (FAA), dos Estados Unidos, negaram o pedido de cassação da licença de Lepore e Paladino. A decisão foi encaminhada para a Embaixada Brasileira, em Washington.





Fonte: Do G1

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