O Irã pode escapar de receber um voto de censura na conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que acaba na sexta (28), em Nova York. O país é signatário do acordo criado em 1970, mas é acusado de querer produzir armas nucleares.

O esboço final da declaração da conferência, que durou quase um mês, não menciona o Irã nem seu programa nuclear, embora cite desfavoravelmente Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.

Diplomatas afirmam que o Irã ameaçou barrar qualquer declaração que o envolva, o que pode parar futuros acordos, já que qualquer decisão da conferência tem de ser feita por consenso dos seus signatários.

A única menção indireta feita ao país no esboço "expressa suas preocupações com casos do não-cumprimento do tratado por países signatários".

Atualmente 189 países são signatários de acordo contra proliferação de armas nucleares.

Negociações

Os diplomatas esperam evitar outra reunião fracassada como a de 2005. Na ocasião, o Egito se recusou a assinar a declaração por falta de condenação ao programa nuclear de Israel.

O Irã já sofreu três rodadas de sanções por parte da ONU (Organização das Nações Unidas) desde 2006 por causa de seu programa nuclear e agora enfrenta mais uma ameaça de sanção do Conselho de Segurança da ONU, apesar do aceno diplomático feito entre o governo de Teerã sob mediação de Brasil e Turquia.

O acordo mediado pelo Brasil e a Turquia prevê a troca de 1.200 kg de urânio iraniano enriquecido a baixos níveis (3,5%) por 120 kg de material enriquecido o suficiente para ser usado em combustível (20%).