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Cidades/Geral
Terça - 25 de Maio de 2010 às 13:52
Por: Julia Munhoz

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A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do tenente Carlos Evanes Augusto e Dulcezzio Barros Oliveira, por homicídio doloso, pela morte do soldado Abinoão Soares de Oliveira, 34 anos. Conforme o relatório apresentado pela delegada Ana Cristina Feldner, que presidia o inquérito, o treinamento foi um verdadeiro “massacre”. “No dia da morte do policial, Evanes e Barros chegaram ao lago afirmando que naquele dia um iria morrer. Foi totalmente fora de qualquer propósito de treinamento”, afirmou a delegada.

O tenente Evanes também é acusado de abandono de função, pois não deveria estar no treinamento naquele dia. “Evanes se ausentou do Bope e levou mais três pessoas. Eles foram se divertir no lago, o que mostra a conduta totalmente anti-profissional”.

A esposa de Abinoão, Shirly Tiburcio Barros, esteve na Polícia Civil durante a coletiva realizada na manhã desta terça-feira (25) para apresentar o relatório e pediu justiça. “Não acredito que o Estado de Mato Grosso vai ficar sem me dar a resposta que eu preciso, para que esses assassinos não façam mais isso”, declarou Shirly visivelmente emocionada.

Depoimentos


De acordo com o depoimento de alunos que participavam do curso os instrutores entregaram uma bóia para Abinoão, e outros dois alunos, Claudomir Braga e Thiago Andrigo Mendes, para marcar os policiais. Durante todo o “exercício” os alunos com bóias foram torturados, sofrendo sucessivos “caldos”.

Quando os alunos foram liberados para saírem da água, um dos policiais teria gritado. “Eu só quero o ultimo”. Neste momento, conforme os depoimentos houve total desespero na tentaiva de saírem da água. Abinoão estava saindo quando Evanes o puxou de volta e disse: “Você está morto e não merece formar”. Barros ajudou o colega a segurar Abinoão embaixo d’água e deram aquele que seria o “caldo” mortal.

Conforme os relatos apesar de estar extremamente cansado e quase sem fôlego, o policial alagoano teria sobrevivido se não tivesse sido afogado pelos dois instrutores. “Ele até passaria mal na areia, mas não morreria”, depoente.

Prisões

Também foram pedidas as preventivas de outros três oficiais, Moris Fidelis Pereira Antônio Vieira de Abreu Filho e Saulo Rodrigues, pelo crime de tentativa de homicídio triplamente qualificado.

Caso

Quatro policiais militares passaram mal durante um suposto treinamento de flutuação no curso de Tripulante Operacional Multimissão, que era realizado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), no dia 24 de março deste ano. As causas de como eles teriam passado mal ainda são incertas. Todas as testemunhas envolvidas no caso foram orientadas a não falar nem os nomes à imprensa, para evitar especulações.






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