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Segunda - 24 de Maio de 2010 às 15:46
Por: Romilson Dourado

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O ex-secretário-adjunto de Meio Ambiente do Estado, Afrânio Migliari, que está preso e com os bens sequestrados até no valor de R$ 403 milhões, se compromete com a ilegalidade em vários telefonemas, que foram monitorados pela Polícia Federal. Ele é acusado de beneficiar crminalmente 38 empresas e/ou empreendimentos, situados próximos ou no enterno de terras indígenas ou em áreas de assentamento agrário.

Em 15 de dezembro do ano passado, Afrânio trava um diálogo com a servidora Luana Ribeiro Gasparotto, que também está presa desde a última sexta (21), a partir da operação Jurupari, deflagrada pela PF para cumprir quase 100 mandados de prisão e outros 91 de busca e apreensão. Ambos conversam sobre como resolver, de forma ilegal, o pedido de licenciamento da fazenda Morada do Sol. A propriedade tinha sido multada pelo Ibama em R$ 642 mil - confira abaixo o diálogo comprometedor.

Empolgada, Luana comenta para Afrânio que ambos tinham ganhado até uma camionete para "resolver o problema" junto à Sema. Ela diz: "Deixa eu te falar... "ele deu a camionete pra gente", pra gente resolver esse problema, e tá! Isso é ótimo, ter camionete (...)". Afrânio, então pergunta: "Tá, ele deu a camionete só pra gente resolver?". Diante da confirmação, o então secretário-adjunto emenda: "Então tá bom, então vamos resolver então, tá! Agora eu quero saber o seguinte... como é que ele vai dar encaminhamento sem... com, com, com o projeto com as coisas dele lá? Com o engenheiro dele?"

No diálogo, Luana explica que o dono da fazenda iria trocar de engenheiro porque o que respondia pelos projetos se recusava a assinar o documento. Ela pede para Afrânio fazer a "dinâmica do desmatamento" para descobrir a data em que ocorreu o desmate ilegal da área. Em outro momento da conversa, Luana afirma: "Eu faço essa parte técnica, daí do negócio de compensação, eu vou ver quanto que vai ter que compensar, eu dou a área dele mesmo como oferta, entendeu?".

"Suporte efetivo"

Luana atuava como "suporte efetivo de Afrânio dentro da Sema, segundo apontam as investigações da PF. Ele teve participação em vários procedimentos irregulares, dando celeridade para aprovação. Quando não conseguia por meio legais, promovia indevidamente confecção de mapas e manipulava o banco de dados da Sema. Além disso, agilizava processos administrativos no órgão. Fazia até alteração de coordenadas de localização de imóveis e recebia propina, assim como Reinaldo de Souza e Luciana Estevam, que respondia pelo cargo de superintendente de Gestão Florestal da Sema.
 





Fonte: RD News

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