Segundo especialista, nos demais países, as entidades passam por um processo de fusão
Proliferação de sindicatos no Brasil vai na contramão mundial
"Seria necessário criar condições de estimular a unificação dos sindicatos", disse. "Vemos a legitimação do movimento de fragmentação, quando deveria acontecer o contrário", diz ele.
A pulverização dos sindicatos é mal vista também pelos próprios dirigentes sindicais e pelo governo. "Não é bom para a força dos trabalhadores", analisa o ex-secretário de Relações do Trabalho Luiz Antônio de Medeiros. "Enquanto existir o imposto sindical, isso vai acontecer."
O imposto sindical não é a única explicação para o crescimento do número de sindicatos no País. Há casos, por exemplo, em que grupos políticos derrotados nas eleições optam por fundar outra entidade. Para tanto, precisam driblar a Constituição, que prevê a unicidade (um sindicato por categoria a cada município).
O expediente mais usado é criar uma entidade que represente uma parcela específica da categoria. Em outros casos, os trabalhadores sentem necessidade de uma representação própria.
Segundo Krein, o processo de fragmentação de sindicatos ocorre desde os anos 1930 e é fruto, em parte, da crescente especialização da economia. Nos anos 1980 até o início da década seguinte, diz ele, o movimento sindical ganhou impulso porque a esquerda optou por atuar por intermédio dessas entidades.
Além disso, a Constituição de 1988 permitiu a criação de sindicatos de funcionários públicos, até então proibida. Nos anos 1990, diz ele, a conjuntura econômica desfavorável enfraqueceu o papel dos sindicatos.
Comentários