Obama apresenta nova estratégia de segurança baseada na diplomacia
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou neste sábado a nova estratégia de segurança nacional, baseada no engajamento diplomático e nas alianças internacionais. O tom foi o mesmo de discursos anteriores de Obama, que já alertara que os EUA não podem agir sozinhos e que os tempos de política externa belicista do republicano George W. Bush ficaram para trás.
Obama aproveitou o evento na Academia Militar dos Estados Unidos para descrever sua nova estratégia, oito anos depois do então presidente Bush subir neste mesmo palanque para falar da guerra ao terror pós-ataques de 11 de Setembro.
Daniel Barry/Efe |
Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fala da nova estratégia de segurança |
"Sim, estamos conscientes das deficiências do nosso sistema internacional. Mas a América não conseguiu ser bem sucedida por sair das correntes da cooperação internacional. Conseguimos dirigindo as correntes no sentido da liberdade e da justiça, para que as nações prosperem no cumprimento das suas responsabilidades e enfrentem as consequências se não o fizerem", disse Obama, aos cadetes recém-graduados.
Obama disse ainda que os EUA "estarão firmes no propósito de fortalecer as alianças antigas que nos serviram tão bem", enquanto também tenta "construir novas parcerias e de forma mais forte as normas internacionais e instituições".
"Este compromisso não é um fim em si mesmo. A ordem internacional que buscamos é aquela que pode resolver os desafios de nossos tempos".
O discurso do presidente não era destinado apenas para os mil jovens no Estádio Michie, mas também para os países que viram na mudança do governo Bush para o governo Obama uma chance de reatar laços congelados.
Obama falou ainda de como os EUA mudaram --com a Guerra do Iraque chegando ao fim e a Guerra no Afeganistão ganhando um reforço de 30 mil homens.
"Esta guerra tem mudado ao longo dos últimos nove anos, mas não é menos importante do que era naqueles dias após o 11 de Setembro", disse Obama. O democrata lembrou ainda seu anúncio, no mesmo local, há seis meses, para enviar os soldados para o Afeganistão e previu dias difíceis pela frente.
"Não tenho dúvidas de que, juntamente com nossos parceiros internacionais e afegãos, nós teremos sucesso no Afeganistão", confortou.
Obama falou ainda da vitória no Iraque, com o calendário de retirada que prevê a saída das tropas até 2011. Ele atribuiu isso, contudo, ao Exército e não ao presidente Bush, que ordenou o envio de um reforço em 2006 e 2007 para reverter o crescimento da insurgência.
"Um Exército menor poderia ter visto o seu espírito enfraquecido", disse Obama. "Mas os militares americanos são mais resistentes do que isso. Nossas tropas se adaptaram, persistiriam e, em parceria com a coalizão e as tropas iraquianas, e graças à sua competência, criatividade e coragem, estamos prontos para terminar a nossa missão de combate no Iraque."
Obama falou ainda das duas tentativas de ataque frustradas nos EUA --o nigeriano que queria explodir um avião no Natal e o carro-bomba na Times Square-- e atribuiu-as ao esforço crescente dos grupos radicais no exterior. "Estes ataques nos mostram que a pressão sobre as redes terroristas como a Al Qaeda está forçando-os a confiar em terroristas com menos tempo e espaço para treinar", disse ele.
Obama defendeu ainda os esforços para rever as políticas de contraterrorismo --que geraram fortes críticas de que ele está enfraquecendo as defesas da América. "Nós não devemos descartar as nossas liberdades porque os extremistas tentam explorá-las", disse ele. "Nós não podemos sucumbir a divisão, pois os outros tentam nos separar."
Com agências internacionais
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