É coisa da cabeça do Julier, diz Savi
O deputado estadual e líder do governo na Assembleia Mauro Savi (PR) nega que tenha praticado qualquer tipo de lobby para acelerar a liberação de licenças ambientais ou de manejo florestal junto à Sema. Segundo ele, é normal acompanhar alguns processos e saber o que falta para a liberação. “Se tudo estiver certo, continua até o final, caso contrário não”, pontuou o parlamentar, que questiona o trecho do relatório onde o seu nome é citado como um dos interessados em determinados processos.
A interceptação telefônica, em 11 de janeiro deste ano, faz parte do despacho de 100 páginas onde foram deferidos os 91 pedidos de prisão pelo juiz federal Julier Sebastião da Silva. A conversa transcrita no documento acontece entre o secretário-adjunto de Desenvolvimento Florestal Afrânio Migliari (afastado até a conclusão das investigações) e o assessor de Savi, Dauton. “Tudo coisa da cabeça do Julier. O que acontece é apenas um acompanhamento, não há nada de ilegal”.
O relatório investigatório completo da PF contém mais de 450 páginas. Já foram presas mais de 70 pessoas que supostamente participavam do esquema de fraudes ao sistema da Sema e de práticas a crimes ambientais. Todos prestam depoimento e os agentes federais também analisam a documentação recolhida durante o cumprimento dos 91 mandados de busca e apreensão. As investigações, que culminaram na Operação Jurupari, tiveram início há dois anos.
Foram feitas 68 perícias técnicas, escutas, dentre outros métodos técnicos e de inteligência para descobrir como as fraudes supostamente aconteciam e quais servidores do governo estavam envolvidos. Entre as pessoas presas está Afrânio, o ex-secretário estadual de Meio Ambiente Luís Henrique Daldegan, os assessores do governador Silval Barbosa (PMDB) Silvio Corrêa, Marizette Caovilla e Ademir Ribeiro de Souza, o Dema, além da mulher e genro do presidente da Assembleia Legislativa José Riva, Janete Riva e Carlos Antônio Azói.
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