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Nacional
Sexta - 21 de Maio de 2010 às 22:51

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Metade dos cerca de 200 presos que cumprem pena na Cadeia Pública de Boa Vista (RR) participam de cursos, formação profissional entre outras atividades desenvolvidas dentro da unidade que visam a ressocialização, como pintura e marcenaria. Nesta sexta-feira (21/05), o juiz auxiliar da presidência do CNJ e coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (DMF), Luciano Losekann, visitou a cadeia acompanhado do juiz da Vara de Execuções Penais de Boa Vista, Euclydes Calil Filho, para conhecer as instalações e conversar com os detentos sobre os projetos que vêm sendo desenvolvidos pelo CNJ na área criminal, como o Começar de Novo, que busca garantir a reintegração social e no mercado de trabalho dos egressos do sistema carcerário.

"O CNJ tem trabalhado para mostrar à sociedade que o sistema penitenciário precisa ser melhorado, que as pessoas que entram aqui têm que sair melhores", destacou Losekann. José Vilmar, 47 anos, já conhece os benefícios do programa. Preso há quatro anos e meio por tráfico de drogas, Vilmar começou a consertar móveis dentro do presídio e hoje coordena a marcenaria que foi instalada dentro da Cadeia Pública de Boa Vista. "Antes de ser preso trabalhava com empresa de automóveis. Comecei a trabalhar com marcenaria aqui dentro, no início, só com um martelo e um serrote", relembra. Hoje cumprindo pena em regime semiaberto, Vilmar trabalha em uma marcenaria particular fora da cadeia e dentro da unidade ensina os detentos que participam do projeto.

A marcenaria hoje conta com equipamentos, muitos deles comprados pelo próprio Vilmar. Nas instalações, os presos produzem móveis por encomenda, feitos com madeira apreendida pelo Ibama no estado, e recebem pelo trabalho. Além disso, para cada três dias trabalhados, eles descontam um da pena. "É uma grande oportunidade para os reeducandos deixarem para trás os erros e nunca mais voltarem para o crime", salienta Vilmar. Na cadeia onde cumprem pena presos condenados, provisórios e em regime semiaberto, Losekann conheceu o espaço onde será instalado, em agosto, um laboratório de informática, onde serão ministrados cursos para os detentos.

Ao todo, 20 computadores serão doados pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e os móveis serão fabricados pelos próprios presos na marcenaria da unidade prisional. Além da marcenaria, na cadeia os presos colaboram com a melhoria das instalações. A fachada da cadeia e o interior das celas são pintados com paisagens, motivos religiosos e figuras infantis, feitos pelos próprios detentos. "Aqui será a casa deles por algum tempo e por isso eles têm que ajudar a cuidar do espaço", destaca o capitão Cimélio de Alencar, diretor da unidade. Até mesmo um parquinho infantil os detentos construíram na unidade, onde os filhos podem brincar em dia de visita.

Nos próximos meses, segundo o juiz da Vara de Execuções Penais de Boa Vista, novos cursos serão oferecidos na Cadeia Pública e nos demais presídios do estado. Os detentos que participarem das atividades de formação ganham um certificado, o que contribui para a reinserção no mercado de trabalho. "A participação nas atividades contribui para o currículo deles, na hora de Tentar um emprego lá fora", destaca Calil. Atualmente o Portal de Oportunidades disponível no site do CNJ (www.cnj.jus.br) oferece 1.270 vagas de trabalho para egressos do sistema carcerário, das quais 10 são no estado de Roraima. Do total de vagas em todo o Brasil 880 estão disponíveis.






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