Fundador da Amazon compra "Washington Post" por US$ 250 milhões
Jeff Bezos, 49, dono da gigante do varejo on-line Amazon, comprou ontem o jornal americano "The Washington Post" por US$ 250 milhões.
O negócio, considerado surpreendente, une um dos maiores nomes da chamada nova economia (Bezos é o 16º homem mais rico do mundo, com US$ 27,9 bilhões) a um dos mais importantes jornais americanos, cujas reportagens sobre o escândalo Watergate desencadearam na renúncia do presidente Richard Nixon, em 1974.
O negócio não envolve a Amazon -é uma compra pessoal de Bezos- e não inclui propriedades da Washington Post Company como o site Slate, a revista "Foreign Policy" e a Kaplan (material didático).
Bezos disse que vai delegar a operação diária do jornal e continuará a viver em Seattle. "Já tenho um fantástico emprego que eu amo", disse.
Em carta aos funcionários do jornal, o empresário afirmou que a publicação vai fazer muita "experimentação" e "procurar entender o que preocupa os nossos leitores. Estou animado com a oportunidade de poder inventar".
Apesar das promessas de mudança, Bezos vai manter Katharine Weymouth, 47, como publisher e Martin Baron, 58, como editor-executivo.
Weymouth é neta da lendária publisher Katharine Graham, morta em 2001, que com o editor Ben Bradlee, publicou diversas reportagens históricas, do escândalo Watergate aos
Documentos do Pentágono, sobre os bastidores da Guerra do Vietnã.
No "Washington Post", Bezos terá um grande desafio. O jornal perdeu parte importante de sua circulação desde 2008 -de 673 mil exemplares (de segunda a sexta) a 475 mil- e não tinha uma presença tão forte na internet, área que o empresário é um dos maiores inovadores.
No ano passado, a empresa que edita o jornal teve lucro de US$ 132 milhões e receita de US$ 4 bilhões. A Amazon perdeu US$ 39 milhões e contou com um faturamento de US$ 61 bilhões.
mercado aquecido
Esse foi o terceiro grande negócio envolvendo a mídia americana nos últimos dias.
No sábado, o "Boston Globe" foi vendido ao empresário John W. Henry por US$ 70 milhões. No mesmo dia, foi anunciada a venda da "Newsweek para a empresa International Business Times. O valor não foi revelado.
POSIÇÃO POLÍTICA
Desde 2000, a Amazon gastou US$ 1,7 milhão em lobby nos EUA desde 2000, de acordo com a ONG Center for Responsive Politics.
Considerado liberal, foi um dos grandes doadores da campanha pela aprovação do casamento gay em seu Estado, Washington -deu US$ 2 milhões à causa. Nos últimos anos, ele e sua mulher fizeram doações para políticos democratas e republicanos.
Richard Brian - 29.nov.12/Reuters | ||
Jeff Bezos, presidente-executivo da Amazon; executivo comprou o "Washington Post" por US$ 250 mi |
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