Gilmar Fabris reitera apoio a Silval
O deputado estadual Gilmar Fabris (DEM) continua firme no propósito de externar seu descontentamento com a coligação DEM/PSDB, que lançará o ex-prefeito Wilson Santos (PSDB) na disputa ao governo do Estado. “A coisa tá feia. O povo não tem nem vice”, disse o democrata, ontem, ao ser questionado sobre a situação da aliança. Fabris esteve pela manhã no gabinete do governador Silval Barbosa (PMDB) tratando de assunto cujo teor preferiu não revelar.
O parlamentar reiterou seu posicionamento de apoiar a candidatura de Silval e não hesitou em arriscar palpite sobre o resultado da eleição. “Acho que vai dar vitória no primeiro turno aqui e na eleição para presidente”, afirmou. O democrata argumenta que a aproximação do DEM com o PSDB para esta eleição “não deu liga” e justificou a constatação com o resultado das últimas pesquisas de intenção de voto. “Ao contrário do que os partidos estavam planejando, a união do DEM com o PSDB não resultou numa soma de votos. Wilson só caiu nas pesquisas”, analisou.
Na contramão dos dirigentes de seu partido, o democrata prevê que “Wilson Santos não emplacará nas próximas pesquisas”. “Acho que ele [Wilson] vai acabar brigando com o nosso partido e rompendo antes das convenções. Pelo menos ele perde só pelo partido dele”, disparou.
Fabris sustentou que a boa avaliação do governo de Blairo Maggi (PR), que obteve 92% de aprovação, será um dos fatores positivos para a candidatura de Silval Barbosa. Na tentativa de atenuar as declarações polêmicas, ele frisou que não estava colocando sua opinião para contrariar o partido. “Estou apenas falando a verdade. Não devemos insistir em teimar com o que o povo não quer”, completou.
Para o deputado estadual, a efetivação do nome da senadora Serys Slhessarenko (PT) como candidata a vice-governadora, ao lado de Silval, “liquidaria a eleição”. “Serys é mulher, parlamentar atuante e de boa representatividade. Além disso, o PT ficaria unido com essa articulação”, disse o deputado, lembrando da situação do Partido dos Trabalhadores – dividido entre o grupo de Serys e o do deputado federal Carlos Abicalil.
Ao ser questionado sobre a solução para o Democratas diante de seu posicionamento, Gilmar Fabris sugeriu que, a exemplo de alguns estados, o partido libere seus filiados para apoiarem quem desejarem nas candidaturas majoritárias. “Como não temos candidato majoritário em Mato Grosso, nem à Presidência. Acho que liberar os filiados seria uma atitude sensata”, opinou.
Apesar de aparentar postura irredutível, Gilmar Fabris assegurou que será fiel ao partido se a aliança com o PSDB for oficializada nas convenções. “Se for definido, sou obrigado a apoiar Wilson Santos. Agora, fica o questionamento se todos irão se engajar na campanha”, finalizou.
O democrata não entregou os cargos que possui na administração estadual, a exemplo do que fizeram os deputados Dilceu Dal Bosco (DEM) e José Domingos Fraga (DEM) que alegaram necessidade de maior independência para ser oposição ao governo. Levantamento da Casa Civil, do ano passado, apontava que o partido detinha cerca de 300 cargos no Governo.
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