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Saúde
Quinta - 20 de Maio de 2010 às 16:47

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Os termômetros não tóxicos custavam mais que o dobro que os termômetros de mercúrio.
Os termômetros não tóxicos custavam mais que o dobro que os termômetros de mercúrio.
Entidades ligadas à saúde e ao meio ambiente pediram à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que proíba a fabricação e o uso dos termômetros de mercúrio no Brasil. No documento, entregue nesta quarta-feira (19), as instituições propõem a criação de um programa de substituição desses termômetros por outros não tóxicos.

 

De acordo com Zuleica Nycz, representante da Promac (Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte), os termômetros disponíveis no mercado são muito frágeis e possuem grande concentração de mercúrio, um metal que pode contaminar pessoas e ambientes.

Estudos financiados pelo Ministério do Meio Ambiente da Alemanha e realizados por organizações não governamentais internacionais revelaram que 83% dos hospitais e consultórios pesquisados no Brasil ainda usam termômetros de mercúrio, mesmo com a disponibilidade de produtos alternativos e do conhecimento dos profissionais de saúde sobre os riscos e a toxidade do material.

O mercúrio é um metal tóxico para os seres humanos, podendo afetar o desenvolvimento cerebral e o sistema nervoso. No Brasil, é usado em termômetros, lâmpadas fluorescentes, materiais odontológicos e em processos de mineração de ouro.

Um dos maiores entraves para a substituição por termômetros alternativos, segundo Zuleica, é o preço. Na maior parte dos locais de venda pesquisados por essas entidades, os termômetros não tóxicos custavam mais que o dobro que os de mercúrio.

- Temos um problema muito grave que exige subsídio ou políticas específicas. A máquina do Estado tem uma série de opções para baixar o preço de um produto que é de interesse da saúde pública. O que falta neste momento é vontade política.

Em junho, o Pnuma (Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente), vai realizar na Suécia a primeira reunião internacional que discutirá um tratado sobre mercúrio. De acordo com Zuleica, países como Argentina, Índia e Filipinas já proibiram o uso do metal.

 

A Anvisa foi procurada várias vezes pela Agência Brasil para se manifestar sobre o pedido das entidades, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.






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