Sob pressão, PT deve oficializar apoio a Silval no encontro de domingo
Pressionado pelo Palácio Paiaguás para descer logo do muro, já que integra o governo com ocupação de cargo no primeiro escalão, o PT, sob o deputado e pré-candidato a senador Carlos Abicalil, vai anunciar, no encontro de domingo (23), aliança pela reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB). Outras decisões, porém, devem ser empurradas para a Executiva estadual, o que postergaria as escolhas de candidaturas de suplentes ao Senado e dos proporcionais para as convenções de junho.
Depois de "matar sufocado" o projeto de reeleição da senadora Serys Marly, a quem derrotou nas prévias, Abicalil passou a ser cobrado por Silval para decidir logo pelo apoio oficial. O Paiaguás não considera coerente e justo o PT fazer parte da administração, com Rosa Neide no comando da Educação, maior pasta da estrutura da máquina e, mesmo assim, ainda alimentar dúvidas sobre quem aderir oficialmente, se o peemedebista ou se o empresário Mauro Mendes, em pré-campanha à sucessão estadual pelo PSB.
Para sacramentar a aliança, Abicalil se articula pela aprovação da proposta de apoio a Silval no Encontro de Definição de Candidaturas, que acontece domingo, na Fiemtec, em Cuiabá, das 10h30 às 14h. O grupo de Serys promete fazer barulho. Vai bater duro para o PT fechar com Mendes. Apesar disso, a corrente Unidade na Luta, conduzida por Abicalil, representa a maioria e deve mesmo sacramentar a adesão a Silval, principalmente depois que as pesquisas Mark, Ibope e Vox Populi mostraram o governador na liderança em alguns cenários.
Petistas estavam esperando que, no encontro, fossem definidos os dois nomes que farão parte da chapa majoritária de Abicalil. As conversas de bastidores, no entanto, sinalizam para adiamento. O partido deve delegar para a Executiva estadual plenos poderes de decisão, o que empurraria a escolha para entre 10 e 30 de junho, período em que as legendas precisam escolher seus candidatos e coligações.
Suplentes
A ex-vereadora cuiabana Enelinda Scala é Lucimara Brunetto, esposa do deputado estadual Ademir Brunetto, se inscreveram para suplência, assim como o ex-secretário de Educação de Barra do Bugres João Alves e o sinopense Milton Alves. A tendência é que um desses nomes seja escolhido. O mais cotado hoje é João Alves. Ele é bem articulado, militante histórico e sereno e possui boa relação interna. A outra vaga na chapa de Abicalil deve ser oferecida ao PC do B. Em verdade, Abicalil, que já disputou e perdeu o governo estadual em 1998 e está no segundo mandato de federal, quer seguir a lógica do ex-governador Blairo Maggi, pré-candidato ao Senado pelo PR e que deve fazer campanha casada com o petista. Se Maggi partir para escolha pessoal ou definir por suplentes da mesma legenda, Abicalil pretende fazer igual.
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