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Quinta - 20 de Maio de 2010 às 07:59
Por: Antonielle Costa

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MidiaNews
Ana Cristina Bardusco (destaque) vai investigar denúncia contra grão-mestre da GOBMT
Ana Cristina Bardusco (destaque) vai investigar denúncia contra grão-mestre da GOBMT

A promotora Ana Cristina Bardusco será responsável pela investigação de denúncia anônima de suposta venda de sentença no Poder Judiciário de Mato Grosso, envolvendo o atual grão-mestre da Loja Maçônica Grande Oriente do Brasil de Mato Grosso, o advogado Júlio Tardin.

Conforme a denúncia, ele é acusado de utilizar-se do título de grão-mestre para intermediar a compra de sentenças, no Tribunal de Justiça.

O denunciante cita, como exemplo, uma decisão favorável à empresa Centro América de Medicamentos Ltda., que tem como advogado o próprio grão-mestre. Ainda de acordo com a denúncia, a decisão foi resultado do agravo de instrumento 36511/2009, que teve como relator o juiz Antonio Horácio da Silva Neto, mesmo após parecer contrário do MPE.

O magistrado foi aposentado em fevereiro deste ano, compulsoriamente, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após ser acusado de integrar um suposto esquema que desviava dinheiro do TJ para salvar uma cooperativa de crédito ligada à Maçonaria.

Conforme o MPE, o autor da denúncia diz ser membro do Judiciário e, por isso, não se identificou, temendo represálias. "Sou membro do Poder Judiciário e tenho medo de ser assassinado, como foi o juiz Leopoldino Marques do Amaral. Estou cansado de ver as coisas acontecerem com essa quadrilha e poder paralelo de maçons, sem poder fazer nada. Peço, por favor, que a [empresa] Centro América e o denunciado sejam devidamente investigados", diz um trecho da denúncia, conforme a assessoria do ministério.

De acordo com a Assessoria de Imprensa do MPE, Bardusco foi designada pela Procurador-Geral de Justiça para acompanhar o caso, que chegou ao conhecimento do Ministério Público no início deste mês.

A denúncia também havia sido encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF), que declinou da competência, por entender que não cabe à instituição investigar o fato, conforme entendimento da procuradora Ana Carolina de Oliveira Diniz.

Outro lado

Ao MidiaNews, o advogado Júlio Tardin afirmou que irá falar sobre o assunto somente após tomar conhecimento do fato, por meio de notificação do MPE. Ele alegou que desconhece o teor da denúncia.

Operação Asafe

A pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Polícia Federal (PF) deflagrou, no último dia 18, a Operação Asafe, para investigar suposta prática de venda de sentença no Tribunal de Justiça (TJ) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso.

Durante a operação, foram expedidos nove mandados de prisão, 30 de busca e apreensão em escritórios de advogados, em residências de juízes e desembargadores, em Cuiabá, Alto Paraguai e Várzea Grande. Além disso, diversas intimações para esclarecimentos foram expedidos.

Tivem a prisão temporária decretada:

Célia Cury - advogada e esposa de Tadeu Cury, desembargador aposentado (presa)
Jarbas Nascimento - advogado e ex-chefe de gabinete de Tadeu Cury (preso)
Cláudio Emanuel Camargo - empresário e genro de Tadeu Cury (preso)
Alessandro Jacarandá - advogado e sócio de Célia Cury (preso)
Alcenor Alves de Souza - advogado e ex-prefeito de Alto Paraguai (preso)
Rodrigo Vieira - advogado (preso)
Santos de Souza Ribeiro - advogado (preso)
Ivone Siqueira - autônoma (teve a prisão revogada)
Max Mendonça - advogado (foragido)






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