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Agronegócios
Terça - 18 de Maio de 2010 às 08:58
Por: Marcondes Maciel

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A quatro meses para o início de uma nova temporada de plantio de soja, a safra 10/11, as compras de insumos – fertilizantes e agroquímicos – continuam atrasadas em Mato Grosso. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), apenas 50% dos agroquímicos a serem utilizados nesta safra, como herbicidas, inseticidas e fungicidas foram adquiridos até agora pelos produtores. No caso dos fertilizantes, os negócios não chegam a 30%.

“O mercado ainda não sinaliza com vendas futuras de soja, daí a explicação para este atraso na aquisição dos insumos”, afirma o diretor administrativo da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro. Segundo ele, entre 80% e 90% dos adubos são vendidos somente à vista. “Como o produtor está sem dinheiro, acaba esperando um tempo para negociar a compra por meio de permuta (troca de soja por insumo) com as tradings”.

O problema, na avaliação de Fávaro, é que o setor de insumos está nas mãos de poucas indústrias, como a Bunge, Cargill, ADM e Heringer. “As compras negociadas via carteira própria dos bancos das tradings normalmente não favorecem o produtor porque ocorrem em um momento de grande procura. Isso não é bom para o produtor porque os preços geralmente aumentam”.

No ano passado, o mercado de insumos agrícolas de Mato Grosso movimentou cerca de R$ 800 milhões. “Observamos que devido à baixa procura nos últimos dias, os preços dos fertilizantes e agroquímicos sofreram uma redução em torno de 10% nos últimos 40 dias. Acho que o momento ideal para a aquisição dos insumos é agora, aproveitando esta baixa no mercado”, recomenda.

Ele salienta que, por outro lado, a curva de baixa se reverterá nas próximas semanas, como a aproximação do período do plantio. “O produtor deve estar atento a este movimento do mercado, pois se deixar para comprar os insumos na última hora, os preços vão aumentar com a maior demanda. Além disso, a capacidade de entrega das indústrias poderá se estrangular, gerando um atraso na entrega ao produtor”.

À ESPERA - O presidente do Sindicato Rural de Tapurah, Marusan Ferreira Barbosa, confirma que as compras de insumos para a safra deste ano estão atrasadas.

“Na verdade, os produtores estão esperando uma definição da safrinha de milho, que terá quebra este ano. Eles querem saber o montante desta quebra para definir o planejamento e a necessidade de insumos para a próxima safra”, afirma Marusan.

A quebra estimada na região de Tapurah (433 quilômetros ao médio norte de Cuiabá) é de 40% devido à estiagem a partir de abril. Tapurah plantou este ano 45 mil hectares de milho, com expectativa de colher 2,4 milhões de toneladas. Se a previsão de quebra for confirmada, a produção cairá para 1,44 milhão de toneladas.

Marusan informou que na região de Tapurah apenas 30% dos fertilizantes e agroquímicos a serem utilizados na próxima safra foram adquiridos até agora pelos produtores.

“Este ano as compras estão bem atrasadas. Em relação a outras safras, 2010/2011 está completamente diferente e tudo indica que teremos problemas no começo do plantio”, conta o presidente do sindicato.

O setor de revenda de insumos agropecuários diz que o mercado este ano “está frio”, pois o produtor continua à espera de uma definição do governo federal quanto à liberação de crédito para custeio e prorrogação das parcelas do endividamento agrícola que estão vencendo em 2010.






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