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Cidades/Geral
Segunda - 17 de Maio de 2010 às 13:22

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As políticas afirmativas e a lei 10639/2003, que torna obrigatória a inclusão de História e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares, foram os principais temas que nortearam o segundo dia do II Seminário Estadual de Educação Étnico-racial, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT). O encontro, realizado na sede do sindicato, no sábado (15), contou com a participação de profissionais do ensino de todo o Estado. ”Este encontro dá uma grande contribuição para mostrar que só vamos superar problemas no convívio social conhecendo a fundo nossa real história”, salientou o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira.

O secretário de Comunicação do Sintep/MT, Júlio Cesar Martins Viana, fez um resgate histórico do processo que impediu o acesso da maior parte das pessoas aos bens públicos e a possibilidade de usufruto dos direitos sociais. “Isso aconteceu desde a época da colonização, com o trabalho escravo por parte de índios e negros e do trabalho forçado de imigrantes europeus e asiáticos”, destacou.

Para o sindicalista, é fundamental que se compreenda que as políticas afirmativas não são compensatórias. “Elas permitem a essas pessoas buscar uma ascensão econômica e social que inverte a lógica que predominou durante quase quinhentos anos”, pontuou. Neste sentido, as políticas desenvolvidas pelo atual governo têm dado uma boa base para o desenvolvimento da população como um todo. “Podemos citar o Programa Universidade para Todos (Prouni) como um exemplo forte deste tipo de ação, sem a possibilidade, ainda, de se mensurar o crescimento destas pessoas”.

Outro exemplo dado por Júlio Viana é a evolução real do valor do salário mínimo. “Em 2003, eram necessários 1,3 salários para se comprar uma cesta básica. Hoje, com apenas um salário é possível adquirir 1,6 cestas”, complementa. O momento escolhido pelo sindicato para este tipo de debate é, segundo o secretário de comunicação, especial. “O ano de 2010 vai dizer qual é o modelo a ser seguido pelo Brasil, no sentido de dar maior mobilidade social e retirar, cada vez mais, esta parcela da população de uma situação abaixo da linha da pobreza”, finalizou.

No segundo painel do dia, o professor Henrique Cunha, docente da Universidade Federal do Ceará (UFC), desqualificou a forma atual de apresentação do negro e seu papel no contexto histórico. “É uma abordagem totalmente equivocada, porque mostra o negro geralmente nu e apanhando, apenas como escravo”, esclareceu. Para o palestrante, é fundamental para os professores ter a capacidade de mostrar as contribuições do negro para o crescimento do Brasil. “Em um resgate histórico é preciso que se torne claro e evidente a complexidade dos trabalhos executados pelo negro na época e que tais atividades foram fundamentais para a expansão da Europa”.






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