Cerca de 30 mil ficam sem o PAC em Cuiabá
Pelo menos 10 bairros da região central de Cuiabá, onde residem cerca de 30 mil pessoas, não vão mais receber obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O polêmico corte que deverá gerar revolta de moradores se deve ao fato de que as empresas que realizam o projeto queriam reajuste de R$ 20 milhões para levar adiante o serviço.
Ficaram de fora do PAC bairros tradicionais de Cuiabá e que sofrem há anos com problemas de infraestrutura, como Duque de Caxias II, Quilombo, Santa Helena, Morada do Sol, Araés, Despraiado, Rodo Parque, Vila Real, Altos da Boa Vista e a região localizada entre o Parque Mãe Bonifácia e o Ribeirão do Lipa. Nesses locais, residem 29,8 mil pessoas, segundo dados oficiais da Prefeitura.
O presidente da Companhia de Saneamento (Sanecap) e coordenador do PAC em Cuiabá, Carlos Roberto da Costa, o Nezinho, explica que as empresas queriam reajuste no valor do Programa por causa da desatualização de preço decorrente da paralisação nas obras que se arrasta há nove meses, desde a Operação Pacenas, que investigou fraudes nas licitações. Mesmo assim, ele afirma que a Prefeitura não conseguiria arcar como os custos, já que o Governo Federal não vai aumentar os repasses inicialmente previstos de R$ 238 milhões.
Segundo Nezinho, com o corte os bairros que ficaram de fora não vão mais receber obras como estava previsto no PAC desde 2007. Prova disso é que os serviços na região nem constam mais das novas licitações determinadas pela Justiça Federal.
Segundo Nezinho, falta apenas a publicação do edital de licitação do lote 5 (para implantação do sistema de Esgotamento Sanitário na sub-bacia 14 e deverá ter valor de aproximadamente R$ 50 milhões), que nem sequer trata da região.
O ex-coordenador do Programa de Aceleração do Crescimento em Cuiabá, Aparecido Alves, alega que essa foi a única saída encontrada pela Prefeitura. "Nós não teríamos como arcar com recursos próprios. O que nos restou foi a redução de metas", afirma Aparecido, ao criticar a Pacenas, que teve o processo anulado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Ele alega que a ação foi política por conta dos projetos políticos do então prefeito Wilson Santos, pré-candidato do PSDB ao governo do Estado.
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