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Economia
Segunda - 17 de Maio de 2010 às 04:01

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Entre aplicar em fundos de renda fixa ou DI e investir em um fundo de previdência privada por uns 10 anos, o que oferece melhor rentabilidade?

 

A análise de qualquer investimento deve considerar a relação rentabilidade e risco apresentado pelo ativo financeiro. No entanto, na questão trazida pelo leitor, os tipos de investimentos têm características diferentes e, mesmo considerando que os riscos das alternativas são similares, temos de verificar as vantagens e desvantagens de cada uma. Investir em fundos apresenta diversas vantagens como: o fato de que o gestor de fundo é um profissional especializado, o investimento é coletivo, o que reduz os custos administrativos, há maior possibilidade de diversificação, ganhos de escala, fácil acesso a diferentes tipos de investimentos, maior grau de flexibilidade. Algumas diferenças permitem a comparação entre investir em fundos abertos e em fundos de previdência fechada. Os fundos de previdência são produtos securitários que usualmente cobram taxa de administração e de carregamento relativamente altas e há um período de carência em que não deve haver saques. De outro lado, esses fundos permitem a interrupção temporária das contribuições, pode ocorrer a transportabilidade, que é a migração de um tipo de plano para outro, o valor de contribuição pode ser alterado, o imposto de renda só é pago quando há resgate. Além disso, pode ocorrer a dedução das contribuições da sua base de cálculo do IR, com o limite de 12% da renda bruta anual para o PGBL. Para resumir, os fundos abertos dão ao investidor mais flexibilidade de escolha, permitindo a migração de forma a obter-se rendimento maior. Em compensação, os fundos de previdência não têm o "come-cotas" e tabela regressiva definitiva que pode chegar à alíquota do IR de 10% para investimentos acima de dez anos.

Tenho R$ 800 mil aplicados entre fundos DI e CDB. Tenho expectativa de vida de 25 anos e necessito retirar R$ 4,5 mil por mês. Poderei continuar retirando essa quantia e, ao cabo desses supostos 25 anos, quanto dinheiro sobrará aos meus herdeiros?

É sempre temerário dar palpites sobre tendências econômicas para um prazo tão longo. Basta lembrarmos de alguns episódios de nosso passado recente. Quem há poucos anos poderia dizer que os EUA fossem passar pelos apuros que têm vivido? Ou diria que a Europa chegaria ao ponto em que está? Poucos foram os que assinalaram a crise potencial, o mais famoso deles foi o "Dr. Catástrofe", o economista Nouriel Roubini. Mas, para dar uma resposta ao leitor, caso consideremos que obtenha um rendimento de 0,5% ao mês, taxa real e efetiva, e retire somente o equivalente a R$ 4,5 mil, ao final de 300 meses, o saldo do investimento será algo em torno de R$ 454 mil. Este cálculo deve ser considerado juntamente com todos os alertas de que há riscos consideráveis relativos a mercado, de liquidez e de crédito envolvidos em diversos tipos de aplicação.

Sou aposentado pelo INSS. Tenho aplicado em CDB/DI R$ 308.125,00 (renda mensal em média 0,62% já descontado o IR); em DPGE R$ 427.521,14 (renda mensal em média 0,89% já descontado o IR). Minha aposentadoria é de R$ 2.311,72. Também tenho uma consultoria mensal de R$ 1,7 mil. Com base nisso, minha renda líquida mensal é de cerca de R$ 9 mil. Minha despesa mensal é em média de R$ 13 mil. Sendo assim, preciso efetuar resgates mensais de R$ 4 mil. Daqui a dois meses, terei R$ 200 mil para serem aplicados o que, mantidas as atuais taxas das aplicações acima mostradas, aumentará minha renda mensal quase R$ 1,3 mil. Dessa forma, se mantidas as premissas, até quando poderei sobreviver sem que se esgotem os recursos atuais?

Para realizar esta simulação foram adotadas algumas premissas que limitam, mas permitem tornar a resposta mais simples. Como o leitor tem gastos cerca de R$13 mil e recebe como aposentado R$ 2,3 mil, devemos considerar que haverá necessidade de complemento de R$ 10,7 mil mensais. Para facilitar a conta, será desconsiderada a receita de consultoria e considerados de imediato os ganhos da aplicação dos R$ 200 mil em CDB/DI. Assim, o total deste investimento passa para R$ 508.125,00. A inflação considerada foi de 0,3% ao mês. A aplicação em DPGE rende 0,89% ao mês, ao passo que o CDB/DI rende 0,62% ao mês. Assim, o resgate mensal necessário para complemento de renda será realizado do investimento em CDB/DI. O resultado obtido indica que o investimento no CBD/DI acabe em cerca de 56 meses. Nessa data, a aplicação no DPGE terá um montante de R$ 680 mil, de onde começarão a ser sacados os R$ 10,7 mil. O leitor manteria o padrão de vida por mais 94 meses. Para manter os recursos por mais tempo, a dica é elaborar um bom planejamento financeiro e tentar limitar os gastos para realizar retiradas somente dos ganhos efetivos dos investimentos.






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